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Do tático para o estratégico

log-pelo-mundo-novembroEmpresas chinesas de NVOCCs investem para atender a cadeia de suprimentos de ponta a ponta. 

Hong Kong e Xangai são as sedes de um grupo de NVOCCs (operadores de transporte sem embarcação) que estão se expandindo de suas bases de operações táticas. De Well, Scanwell, Topocean, City Ocean e Hecny são empresas que cuidam de cerca de 100.000 unidades equivalentes a vinte pés (TEU) por ano.

Além das capacidades de NVOCC, elas estão envolvidas em vários graus nas atividades de cargas aéreas, armazenagem com valor agregado e transporte terrestre. Esta “Logística pelo Mundo” vai centrar em duas empresas: a De Well e a Scanwell. As duas são fortes NVOCCs. Cada uma possui um conjunto de ofertas exclusivas. As duas estão se expandindo nas soluções de gerenciamento de pedidos de compras e da cadeia de suprimentos de ponta a ponta.
De Well

A De Well tem duas atividades baseadas em Xangai. Como NVOCC, ela trata de 130.000 TEUs por ano: 80% são para os EUA. Sua segunda atividade são operações de depósitos de contêineres. Cinco depósitos são operados em Pudong e Yangshan para armazenagem e fornecimento de contêineres aos caminhoneiros para embarques de exportação.

A atividade de NVOCC é 60% DDP (entregue com taxa paga) e 40% FOB (posto a bordo). Time Yang, proprietário da De Well, busca agressivamente expandir a atividade de FOB, pois acredita que a expansão da atividade levará a mais contatos com os tomadores de decisão baseados nos EUA e maiores oportunidades de gerenciamento das cadeias de suprimentos. Cerca de 40% dos negócios da De Well é de vestuário e outros artigos têxteis. O restante é um misto de mercadorias gerais. Porém, assim como suas concorrentes chinesas, a De Well é excluída das mercadorias mais lucrativas e de maior valor, incluindo produtos eletrônicos.

Para expandir suas capacidades de gerenciamento da cadeia de suprimentos, a empresa comprou um armazém recém-construído em Rancho Dominguez na Califórnia (EUA) e contratou um ex-gerente de suprimentos do Walmart. A De Well tem uma sólida operação em Los Angeles, Califórnia. A TI própria da De Well é adequada para os volumes atuais. O sistema automatizado de manifestos (AMS) dos EUA é feito em Xangai.

As margens brutas no segmento de mercado de NVOCC da De Well da China para os EUA são inferiores a 10% em contraposição ao padrão tradicional do setor na Europa, de 20%. A De Well compra capacidade substancial de 14 transportadoras marítimas de contêineres. Algumas cargas inferiores a um contêiner (LCL) são consolidadas e parte considerável do espaço da De Well é revendida para outras empresas de agenciamento de fretes.
A outra atividade da De Well, o gerenciamento de depósitos, lida com volumes e lucros maiores. Em seus cinco locais em Xangai, a De Well armazena e repara contêineres para todas as transportadoras marítimas de contêineres que passam pelos portos de Pudong e Yangshan. Os depósitos operam ininterruptamente e processam 21,4 milhões de contêineres por ano. Além disso, a De Well opera 150 cavalos mecânicos fora dos três depósitos de Pudong. As operações de transporte por caminhão da De Well entregam e apanham as cargas operando ao lado de uma infinidade de outras operações chinesas de transporte por caminhão. A expedição das operações por caminhão fica em Pudong 1, a maior instalação. Todos os caminhões da De Well são equipados com GPS e radiocontrole.

Em Pudong 1 são armazenados 10.000 contêineres de uma só vez. Eles normalmente são colocados em pilhas de sete. Os locais dos contêineres são mantidos usando um software de controle de pátio sem fio.

A De Well inspeciona todos os contêineres e repara cerca de 700 por dia. Seis carregadores laterais Kalmar são usados para movimentar os semirreboques nas cercanias. Cada unidade fica no sistema de controle do pátio.

Além do depósito de contêineres e das operações do terminal de transporte por caminhão, em Pudong 1 também é feita a armazenagem: 120 funcionários estão envolvidos nas operações de inspeção e montagem de kits. Um WMS próprio é usado para o controle do armazém.

Os motoristas não pertencentes à De Well pagam pelo uso dos contêineres. São dados sete dias de prazo para cada contêiner. Além da abertura do armazém na bacia de Los Angeles, Time Yang continua à procura de um operador logístico certo nos EUA para comprar e expandir sua empresa. Em 19 anos, ele fez da De Well uma empresa bem-sucedida e aos 47 anos de idade ainda pode fazer muita coisa.

Scanwell

Adam Ho iniciou a Scanwell em Hong Kong há 28 anos. Além das suas operações de NVOCC, a Scanwell Hong Kong lida com 40.000 toneladas de frete aéreo por ano. Cerca de dois terços destes embarques são vestuários para clientes como a J. C. Penney. Além disso, Hong Kong gerencia o transporte e a distribuição por caminhões dentro da República Popular da China para empresas como a Tyco Electronics. Uma mercadoria importante para distribuição é o vinho – a maioria armazenada na NISKO, uma empresa parceira. A Scanwell mantém contratos com 15 transportadoras marítimas de contêineres em Hong Kong.

A Scanwell lida com mais de 100.000 TEUs de exportação por ano. 60% vão para a América do Norte e 40% para a Europa. Vestuário é o principal produto movimentado a partir de Xangai. Embora Xangai movimente um volume considerável de frete aéreo, lá é o principal local de embarques marítimos da Scanwell.

Tanto a De Well como a Scanwell são operadoras logísticas chinesas sólidas, porém diferentes, com base em NVOCC. Elas fazem parte de um pequeno grupo de empresas chinesas que poderão crescer significativamente ao longo dos próximos anos de forma orgânica ou através da aquisição de empresas americanas. Ao mesmo tempo, elas são candidatas atraentes para diversas empresas americanas que desejam atender às cadeias de suprimentos globais.

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