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Seja pela exigência de leis regionais ou necessidade das próprias empresas, a frota brasileira tem elevado o número de veículos urbanos de cargas (VUCs) nos últimos cinco anos. E de acordo com os dados do Perfil Operadores Logísticos 2012, esses veículos já estão presentes em 88% dos operadores logísticos. Mais amigáveis para o abastecimento em grandes metrópoles, o VUC também representa a preocupação do transporte rodoviário com a redução dos impactos negativos da atividade, como congestionamentos, emissão de poluentes e ruídos, deterioração de asfalto, entre outros. Além disso, a pesquisa também mostra que a maioria dos operadores logísticos legalizados utilizam frotas mistas, compostas tanto por veículos próprios quanto por agregados. E que 60% dos veículos em operação estão nos nas frotas, pátios e operação das 10 empresas com as maiores frotas do setor (veja tabela).

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Preocupação necessária
Com características continentais e fracos investimentos em modais alternativos, o Brasil depende do transporte rodoviário para alimentar sua estrutura de distribuição. No entanto, mal visto pelos ambientalistas, o transporte rodoviário passa por um processo de transformação e desenvolvimento para se adequar a nova realidade que o crescimento sustentável trouxe às economias mundiais. Por exemplo, aumentouse o número de veículos leves de cargas, passouse a renovar a frota a cada cinco anos, as montadoras iniciaram pesquisas para melhorar a qualidade da combustão e as empresas passaram a se preocupar com a qualidade de vida dos motoristas. Ainda há muito a ser feito, como melhorar as condições das estradas brasileiras e a informalidade do setor, mas o processo já se iniciou e, quem não deu o primeiro passo, está ficando para trás.

É o que mostra alguns exemplos do mercado. A Veloce Logística é um deles.

Com a 8ª maior frota do setor, a empresa registrou seu inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no programa brasileiro da GHG Protocol, uma das metodologias mais utilizadas do mundo para gerenciar emissões – em 2010 a empresa emitiu 51,8 mil toneladas de CO2. Segundo Paulo Guedes, diretorpresidente da Veloce, embora apenas 77 companhias brasileiras tenham se registrado no programa, é essencial saber qual o passivo ambiental
gerado por um operador logístico e divulgar esse dado de forma transparente.

“Mas de nada adianta o registro se não forem adotadas medidas concretas para reduzir esses impactos”, acrescenta. Por isso, a empresa criou o Sistema de Gestão para a Sustentabilidade (SGS), que inclui as certificações de qualidade e ambiental ISO 9001 e ISO 14001 e o Clube de Oportunidades, um grupo de compra coletiva
para facilitar a renovação de frota das transportadoras e motoristas que atendem a demanda terceirizada da empresa.

vucs-3A Tegma, detentora da 2ª maior frota de veículos, tem aumentado a rigidez quanto ao índice de poluição de sua frota.

De acordo com Gennaro Oddone, diretor presidente da Tegma, a frota própria da companhia (1133 veículos) é composta por caminhões com até cinco anos de manutenção, avarias e emissão de po-luentes, o que faz com que a frota seja renovada naturalmente”, completa.

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Já a Braspress, com a 6ª maior frota do país, resolveu adotar um caminho próprio e prático para controlar as emissões de seus veículos. Desde 2010, a empresa utiliza o EcoBraspress para gestão ambiental da frota. “Tratase de um veículo que percorre as 103 filiais espalhadas pelo brasil para realizar testes de opacidade, controles de alinhamento e balanceamento e vistorias nas unidades”, explica Urubatan Helou Junior, controller de frota da Braspress. Mais recentemente, a empresa implantou o caminhão a gás, que ainda está em fase de testes.

Frota mista
Entre as 10 maiores frotas apontadas pela pesquisa, todas possuem frota composta tanto por veículo próprio quando por veículo agregado, muitas vezes contratados de transportadoras terceirizadas ou até de motoristas particulares, que possuem veículo próprio e são solicitados por frete.

Do total de caminhões, 53% são próprios e 47% são agregados, ou seja, a opção por frota própria ainda prevalece na maioria das empresas. No entanto, apenas 12% dos operadores logísticos mantém a frota 100% composta de veículos próprios, enquanto 9% preferem terceirizála por completo.

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Precisa melhorar
Com a maioria dos veículos de carga rodantes do País, os operadores logísticos com a mais extensa frota do setor avaliam o transporte rodoviário de carga com olhos que prezam por mudanças, principalmente quando o assunto é regularização e profissionalização do setor. Para Junior, graças à desregulamentação, há ainda muito espaço para a formalização. “Só com o aumento do profissionalismo, o setor pode ser melhor organizado e continuar operando neste tipo de mercado, em que cerca de 60% do transporte rodoviário é realizado pelo caminhão”, aponta.

Número justificado por Paulo, da Veloce. De acordo com ele, embora o Brasil seja um País de dimensões continentais, com bacia hidrográfica importante, costa marítima que abrange quase todo o país, ainda é necessário percorrer longas distâncias no transporte ferroviário ou aquaviário, o que torna o modal rodoviário o principal item na matriz de transporte nacional. “Os operadores logísticos e as transportadoras se adaptaram à essa realidade e hoje oferecem as soluções mais eficazes e seguras nesse modal”, conclui o executivo.

Para Gennaro, mesmo o transporte rodoviário sendo fundamental para a economia do Brasil e ter sido contemplado com algumas melhorias nos últimos anos, ainda é necessária a adoção de diversas medidas para aperfeiçoar a qualidade das estradas e reduzir a informalidade do setor. “Nos próximos anos, acreditamos que haverá maior utilização de operações multimodais e o aumento da integração entre os elos da cadeia logística (transporte, armazenagem e gestão de estoque) que, somados ao crescimento da formalidade do setor, trarão ganhos de eficiência e o aumento da competitividade”, prevê o diretorpresidente da Tegma.

By IMAM

O IMAM desde 1979 vem publicando conteúdo sobre Logística e Supply Chain

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