É seguro dizer que a atividade no armazém pode ser usada como termômetro do quanto a economia vai bem. Um estudo recente das Operações do Armazém do Instituto IMAM mostra algumas tendências que preveem uma recuperação, bem como algumas informações que mostram o quanto as coisas estavam sombrias.
Talvez o maior sinal de estímulo na pesquisa é que, embora 60% dos armazéns participantes estejam empregando os mesmos ou menos funcionários nos dois últimos anos, 55% esperam contratar mais pessoal para o armazém ao longo dos próximos dois anos.
As previsões de crescimento para o setor de armazéns dos próximos cinco anos, mostram que enquanto 70% aumentaram suas estruturas de armazenagem nos últimos cinco anos, 80% têm planos de aumentar seus espaços nos próximos cinco.
Embora esse seja o primeiro estudo desse tipo, especialistas do setor dizem que o contrato e a retenção de funcionários de qualidade estavam no topo da lista dos gerentes de armazéns durante o período de crescimento no final dos anos 1990. Sendo que 44% informam que suas atividades são terceirizadas, o que envolve infraestrutura de armazenagem e mão de obra operacional.
Embora este seja o primeiro estudo desse tipo, especialistas do setor dizem que o contrato e a retenção de funcionários qualificados é a prioridade com 63%, destacando esse tema.
Segue abaixo uma das perguntas fei-tas aos gerentes de armazém durante a pesquisa realizada pelo IMAM:
Novas tecnologias em gestão de estoque e automação vem em 2ª lugar, com série 55% de destaque. E grande parte desse sucesso pode ser atribuído ao gerenciamento eficiente dos estoques com investimentos nos últimos anos. Os benefícios vêm com melhorias nas previsões, sistemas e comunicações no gerenciamento dos estoques. Preocupações com segurança são mencionadas por apenas 32%. Apenas 20% citam a economia como preocupação.
A tecnologia é a chave
Não é surpresa que 80% das empresas pesquisadas possuem tecnologia implementada para gerenciamento dos estoques. As restantes, 20% estão implementando agora ou implementarão em um ano. Já 70% usam etiquetas de códigos de barras, 55% têm acesso à comunicação por radiofrequência e 65% relatam ter um sistema WMS implementado.
Atualmente, encontrar alguém que não possua algum software, como o WMS (“warehouse management system”, sistema de gerenciamento de armazéns) é raro, ao contrário de 15 anos atrás.
A diferença é o grau de sofisticação. Se você perguntar se 65% dos armazéns têm um sistema avançado de WMS, o número cairia de forma substancial. Mas se a pergunta for: 65% têm algum grau de automação computadorizada? Com certeza! A mesma teoria é verdadeira para os sistemas de gerenciamento do transporte, nos quais 49% alegam estar operando.
Três é demais
Enquanto várias empresas continuam a procurar prestadores de serviços para atender os armazéns, muitos executivos não estão convencidos do conceito e preferem controlar essas atividades.
Por exemplo, apenas 15% dos entrevistados concordam plenamente e 24% apenas concordam: “seria fácil terceirizar nosso armazém”; 25% discordam dessa afirmação, enquanto outros 19% discordam plenamente.
Quando a pergunta se a terceirização reduziria as despesas, apenas 28% acreditam que economizariam dinheiro, enquanto 47% discordam dessa afirmação.
O estudo pergunta: A terceirização não afetaria o serviço ao cliente? 42% discordam e 22% discordam plenamente.
Muitos acham que a terceirização libera a gerência para solucionar outros problemas dentro da cadeia de suprimentos. E quase a metade (47%) concorda que os operadores logísticos podem ser valiosos para apenas uma parte das operações de seus armazéns.
Treinamento e formação
Não há dúvidas de que as iniciativas de treinamento muitas vezes são as primeiras a ser cortadas quando são feitos cortes no orçamento. Por isso, não é de surpreender que apenas 5% dos gerentes de armazéns dizem que dependem de “treinamentos formais externos” como suas preferências de formação. O treinamento formal no trabalho é usado por 48% dos armazéns e outros 45% dependem do treinamento formal interno.
Dos gerentes que oferecem programas de treinamento formal, 81% fornecem treinamento e formação nos equipamentos de movimentação. O software é o próximo da mira com 66%, seguido pelo serviço ao cliente (39%), produtos (38%) e treinamento da gerência (29%). Em média, os funcionários do armazém recebem 36 horas de treinamento por ano.
Outras observações do estudo
No que diz respeito às outras atividades do armazém, o envio ao estoque e a separação de pedidos representam a maioria das horas de mão de obra direta, com 37,8%. Dos custos de mão de obra direta, 19% são gastos na carga e descarga, enquanto que a embalagem e paletização customizadas ocupam 8,3%. A seguir vem o reabastecimento, qualidade/inspeção, etiquetagem e processamento.
Quando se trata de espaço físico do armazém, 52,7% é usado para a estocagem real. Os corredores ocupam 14,5% do armazém típico, e as áreas de etiquetagem ocupam mais 12%. As áreas de separação de pedidos vêm com 10%.
A maioria dos gerentes de armazéns está encontrando formas de realizar seus serviços com valor agregado, já que essa função representa apenas 2,7% da utilização do armazém.