O estoque de segurança é variável e, portanto, deve ser analisado levando diversos aspectos em consideração para evitar erros em seu cálculo.
A redução de estoque frequentemente exige que se compreenda quais indicadores são os mais importantes em sua cadeia de suprimentos, e aliviá-los para melhorar o desempenho final. O estoque é um bem visível e, em muitas empresas, também é o maior deles.
Na competitiva economia global dos nossos dias, o estoque se tornou o foco de aperfeiçoamento para muitas empresas. Normalmente ele é dividido entre estoque de materiais e de segurança.
O estoque de segurança protege contra a variabilidade, de prazos tanto de demanda quanto de execução. Assim sendo, o estabelecimento de níveis corretos é algo perigoso, que requer uma compreensão apurada dos indicadores.
Muitos profissionais da gestão de estoques desenvolvem abordagens interessantes, para gerenciarem e reduzirem seu estoque de segurança. Veja a seguir algumas das armadilhas comuns nessas abordagens.
Estoque de segurança zero
Alguns profissionais da cadeia de suprimentos reduzem o estoque de segurança até o nível zero. Eles julgam poder reduzi-lo se estipularem o estoque de segurança como zero, sendo que, na maioria dos casos, se o nível de estoque diminuir, também diminui o nível de serviço.
Para a maior parte das empresas, este indesejável efeito colateral acabará custando-lhes mais que o gasto com um estoque adicional. Portanto, devemos entender melhor a relação entre estoque de segurança e níveis de serviços, para, de fato, reduzir o estoque, sem reduzir os níveis de serviços.
O estoque de segurança pode ser calculado multiplicando o nível de serviço e as variações de prazos de execução e demanda.
Assumindo que o tempo médio de execução, a média de demanda, o desvio padrão do tempo de execução e o desvio padrão da demanda permaneçam iguais, qualquer redução de estoque de segurança certamente resultará na redução do nível de serviço.
Fórmula universal
Um erro comum, que muitos profissionais de logística cometem, é utilizar uma fórmula universal sem entender perfeitamente sua gama de aplicações.
Por exemplo, o cálculo para o estoque de segurança descrito acima é o mais comumente usado atualmente para a gestão de estoques. Mas ele não funcionará em toda a cadeia de suprimentos. É preciso levar em consideração a ascendente margem de erro, período de reordenação, requisitos de quantidades de pedidos, o que faz parte do giro dos materiais.
Por isso, não é recomendado que se use apenas este modelo, se a margem de erro, o período de reordenação ou os requisitos de quantidade de pedidos representarem restrições de negócios significativas para a sua cadeia de suprimentos.
Prazo de execução
O estoque de segurança é projetado para impedir retiradas de estoque, quando houver variabilidade na sua relação de oferta e demanda. As alterações no seu prazo de execução e de demanda afetarão o estoque de materiais, mas não o seu estoque de segurança. Ao reduzir a variabilidade, você reduzirá também o seu estoque de segurança.
Se o fornecedor disser, por exemplo, que não terá tempo de variabilidade para o prazo de execução, e o responsável pela previsão de demanda disser que previu a demanda perfeitamente, então não lhe servirá de nada ter um estoque de segurança, visto que você sabe a quantidade de que precisa, bem como quanto tempo leva para o seu fornecedor enviá-la a você. Você pedirá exatamente a quantidade de que precisa, para cada período de revisão, que é o estoque.
Retirada de estoque
O estoque de segurança é projetado para impedir a maioria das retiradas de estoque, mas não todas elas. Pode-se projetar o estoque de segurança para o nível de serviço ou atendimento do seu cliente, mas sempre haverá retiradas. Uma das principais variáveis ao calcular-se o estoque de segurança é o nível de serviço. Quando o valor passa dos 95%, o número do estoque de segurança aumenta exponencialmente. Estatisticamente falando, o estoque de segurança é infinito quando se tem nível de serviço 100%.
A equação de estoque de segurança foi elaborada para lidar com a variabilidade. A variabilidade é o fato de que não se pode garantir o tempo de execução dos fornecedores, e não se pode prever a demanda perfeitamente. Se isso fosse possível, não seria preciso um estoque de segurança.
Deve-se sempre ter um equilíbrio entre custo e nível de serviço. Pode-se gradualmente aperfeiçoar o nível de serviço, diminuindo a variabilidade, ao passo que com recursos limitados na prática, sempre haverá retiradas de estoque em algum momento. Em suma, as retiradas de estoque são inevitáveis, mas é possível minimizá-las ao máximo, por meio da redução da variabilidade.