A adoção de algumas medidas e procedimentos evita surpresas desagradáveis em relação à segurança
Antes dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, seria difícil imaginar que a segurança em portos e aeroportos poderia estar tão frágil. Desde esse fatídico dia, os sistemas de segurança têm sido atualizados a fim de oferecerem máxima segurança. O mesmo procedimento deve ser feito no armazém.
Se o pessoal de um armazém acredita que seu sistema de segurança é bom, os peritos dizem que é o momento de se repensar. Os gerentes de armazém precisam descobrir onde suas instalações estão deficientes antes que alguém possa tirar vantagem das falhas que possam existir.
Embora as empresas não necessariamente tenham que reconfigurar suas cadeias de suprimentos a fim de proteger a segurança, talvez tenham que reformular alguns dos processos implementados. Tirando vantagem tanto da tecnologia quanto do fator humano, as empresas podem encontrar uma solução abrangente para proteger as instalações e os produtos.
Criando uma cultura
Os armazéns podem avaliar seus programas de segurança existentes. Basta realizarem uma análise profunda que serão capazes de identificar onde são mais vulneráveis. E, de acordo com os especialistas, uma área onde muitas empresas encontrarão falhas é a voltada à segurança entre os funcionários, que não têm essa cultura. Sem a mentalidade cultural certa, mesmo o mais sofisticado dos programas não funcionará.
Devem existir procedimentos de segurança, que precisam incluir:
- Ter um responsável de segurança designado para supervisionar a introdução/remoção da carga.
- Equipamento de carga adequadamente marcado, pesado, contado e documentado e certificado.
- Procedimentos para verificar lacres em contêineres, carretas e vagões.
- Procedimentos para detectar e reportar faltas e sobras.
- Procedimentos para notificar a alfândega e outras agências do governo nos casos em que anomalias ou atividades ilegais são detectadas.
- Estocagem adequada de contêineres vazios e cheios para evitar acesso não autorizado.
Armadilhas da segurança
Existe muita informação errada sobre equipamentos de segurança, especialmente quando se trata de equipamentos “high-tech”. Muitos fornecedores tendem a exagerar as realizações de sua tecnologia.
Os armazéns devem entender que se o investimento no equipamento não proteger os ativos da empresa a ponto de existir um retorno sobre o investimento, então não estão comprando o equipamento certo.
GPS
O GPS (“global position system”, sistema de posicionamento global por satélite) é usado na maioria dos casos para rastrear veículos e tem sido muito útil na prevenção de roubo de cargas em trânsito.
O preço da movimentação de carga, a experiência do motorista e a área geográfica pela qual a carga passará determinarão as necessidades de usar um GPS. Contudo, o GPS falha, já que deixa de proteger contra furtos internos.
Etiquetas de RFID
Um outro dispositivo de rastreamento que está ganhando espaço são as etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID). Essas etiquetas são capazes de fornecer informações bem detalhadas do que existe dentro do contêiner e estão em seu estágio inicial.
As etiquetas inteligentes fornecem dados sobre quantas vezes um contêiner é aberto, quanto tempo o contêiner esteve em movimento e qual é o extrato do produto no seu interior.
Etiquetas RFID são o lacre final para o contêiner. Mas é plausível que uma etiqueta RFID que não possua os dados corretos possa ser criada no ponto de origem se o despachante for parte do processo. Além disso, devido à relativa despesa das etiquetas, a RFID está sendo principalmente usada para movimentações de alta segurança ou mercadorias valiosas no momento.
Controle de acesso
Os armazéns devem possuir métodos de identificar positivamente todos os funcionários, visitantes e fornecedores, bem como procedimentos para desafiar as pessoas não autorizadas ou não identificadas.
A segurança interna deverá incluir:
- Dispositivos de trancamento adequados para portas externas e internas, janelas, portões e cercas;
- Iluminação adequada dentro e fora da instalação, incluindo áreas de estacionamento.
- Segregação e marcação de cargas internacionais, domésticas, de alto valor e perigosas dentro do armazém em local seguro ou até cercado.
- Separação de áreas de estacionamento para veículos particulares fora das áreas de carga e docas.
- Sistemas de comunicação para contratação do pessoal de segurança interna ou força policial local.
Quando se trata de determinar quais tipos de controles de acesso são necessários, é importante analisar a natureza e operação logística da empresa a ser protegida. Não existem soluções-padrão.
A última geração em controles de acesso inclui o uso de biometria – a varredura das mãos, retinas, polegar ou mesmo o corpo inteiro. Outros controles de acesso incluem crachás e catracas, bem como pessoal de segurança monitorando o tráfego.
Os controles de acesso podem funcionar bem em conjunto com circuito fechado de TV (CFTV), que visualmente monitora quando alguém entra ou sai do prédio, bem como o que está acontecendo a todo momento dentro do armazém. A última e maior contribuição dos sistemas de CFTV são os sistemas de gravação em vídeo digital, com elevada capacidade de armazenagem.
Não importa qual caminho uma empresa decida tomar, ela também deve se voltar para balancear a segurança humana com a tecnologia. Um armazém ainda precisa ter alguém para monitorar o que está acontecendo e para administrar o sistema.
Ao mesmo tempo, um armazém pode reduzir a quantidade de pessoas necessárias, dependendo do tipo de atividade acontecendo a qualquer momento do dia. Por exemplo, se a mínima quantidade de atividade estiver acontecendo à noite, a empresa também pode economizar reduzindo o quadro de vigias se tiver o tipo certo de tecnologia para monitorar o restante do prédio.