Arecuperação de controladores de impulso é um assunto que sempre acarreta muita discussão.
Se, por um lado, a recuperação é sempre bem mais barata que a compra de um produto novo, por outro lado, a recuperação feita sem tecnologia faz com que o controlador recuperado tenha uma vida útil bem menor que a do controlador novo, podendo gerar acidentes graves e infindáveis idas e vindas do controlador do cliente até o laboratório recuperador.
Assim, sempre que formos recuperar um controlador de impulso, é muito importante avaliar corretamente a estrutura do laboratório recuperador, bem como a qualificação de seu pessoal e o acesso aos componentes de reposição, que sempre são necessários.
O laboratório deve contar com uma jiga de testes moderna, que simula as condições do controlador quando em uso numa máquina elétrica. Ou seja, a jiga deve contar com contator principal, contator frente e ré, aceleradores indutivos e resistivos, alimentação em CC de diversas tensões (no mínimo 24/36 e 48 VCC), chave de emergência, baterias tracionárias de alta capacidade, carregador de baterias com capacidade para carregar as baterias em oito horas, um motor de ímã permanente, um de enrolamento.
Série, um de enrolamento de excitação independente (Sepex) e um de corrente alternada. Uma vez que o laboratório tenha todos esses componentes, ele estará apto a simular as condições que o controlador encontrará na máquina.
Por outro lado, o laboratório deverá contar também com todo o equipamento para solda, aspiração de solda, fonte de CC até 80 VDC, possibilitando a recuperação das placas eletrônicas que se encontram em bom estado, quando é necessária apenas a substituição de alguns poucos componentes danificados.
No entanto, na maioria das vezes o reparo dos controladores exige a substituição de placas eletrônicas completas.
Assim, o laboratório deverá ter acesso à compra desses componentes nas fábricas dos controladores, evitando, de todas as maneiras, o uso de placas de segunda linha ou copiadas sem licença. A qualidade das placas utilizadas é fundamental para a boa performance e a vida longa dos controladores reparados.
Reparos confiáveis
Para se fazer reparos confiáveis e garantidos é necessário também que o laboratório em questão tenha os esquemas eletrônicos dos controladores a serem recuperados, para que o pessoal técnico tenha uma orientação também técnica e não trabalhe na base da tentativa e erro.
É muito comum vermos laboratórios trabalhando às cegas, sem qualquer dado técnico do controlador que está sendo recuperado, o que impede consertos rápidos e confiáveis e pode levar a danos ainda maiores no controlador.
Um outro item fundamental num la-boratório de recuperação de controlado-res é o dinamômetro, que permite, após a recuperação, testar os controladores com carga total, e até com sobrecarga, para assegurar que o controlador recuperado encontra-se perfeito, antes de ser instalado no equipamento, evitando acidentes e idas e vindas desnecessárias entre o laboratório e o cliente.
Num laboratório bem equipado e com todos esses itens, um reparo de um controlador é executado com perfeição em apenas uma ou duas horas.
Portanto, desconfie de laboratórios com prazos de entrega longos, pois com grande probabilidade trata-se de laboratório mal equipado, onde os técnicos têm que trabalhar na base da tentativa e erro, o que leva muito tempo e se traduz em reparos mal executados e sem confiabilidade.
É muito comum vermos placas que foram recuperadas em laboratórios de baixa tecnologia com fios elétricos expostos e causando curtocircuito em áreas das placas, o que representa um enorme risco de acidentes graves devido à perda do controle da máquina que está utilizando esse controlador. Um reparo de qualidade deixa o controlador no mesmo estado de novo, talvez com placas usadas, mas sem qualquer remendo de trilhas ou componentes fixados por fios elétricos. A inspeção visual interna de um controlador, mesmo que por pessoa
sem formação técnica, já deixa bem evidente o nível técnico do laboratório que o recuperou.
Assim, quando recebermos um controlador recuperado de um laboratório desconhecido, é interessante tirar a sua tampa plástica superior e inspecionar visualmente as placas. Essa inspeção nos dará uma boa referência quanto à qualidade do laboratório utilizado.
Uma recuperação bem feita, com tecnologia e testes finais, sempre é um bom negócio para o proprietário do equipamento elétrico.