Enquanto apenas 7% dos ope-radores logísticos possuem mais de 100 empilhadeiras na frota, mais de 58% fazem a movimentação de suas cargas com menos de 10 empilhadeiras.
Os dados apontados pelo Perfil dos Operadores Logísticos 2012, demonstram que o veículo industrial ainda pode ser considerado como recurso desnecessá-rio para muitos armazéns e centros de distribuição espalhados pelo País. E o preço é um dos fatores que dificultam o acesso dessas empresas a um número maior de veículos. Isso não acontece no continente europeu e em outros países como Japão e Estados Unidos, onde a empilhadeira é empregada em todo o processo de movimentação, mas chega a custar cerca de R$ 10 mil a menos do que o mesmo modelo em território brasileiro.
Grandes frotas
Das oito empresas que responderam à pesquisa e que possuem mais de 100 empilhadeiras na frota, sete atuam no segmento automotivo. Embora também estejam presentes em outro setores da economia, a cadeia de produção de veí-culos de passeio é uma das justificativas para elevar o número de empilhadeiras na operação.
Outra razão é o espaço físico dessas empresas, que varia entre 20.000 m2, no caso da ID Logistics, com 110 veículos industriais, e 321.500 m2, exemplo da Elog, que possui 150 empi-lhadeiras no pátio.
Assim como em outras empresas, as detentoras das maiores frotas também conflitam quanto à forma de aquisição desses equipamentos (própria, locação ou mista). A Toniato, por exemplo, optou por manter como própria 100% de sua frota (141 empilhadeiras). “Adotamos esse modelo, pois também temos es-trutura interna de manutenção devida-mente equipada para garantir o índice de disponibilidade dos nossos equipa-mentos”, explica André Luís Façanha, diretor-executivo do Grupo Toniato.
Por outro lado, com 110 empilhadeiras, a ID Logistics prefere locar 100% das máquinas e, com isso, garantir a cons-tante renovação da frota.
Já a Arfrio optou por terceirizar 55% das 107 empilhadeiras que ope-ram em seus armazéns refrigerados, enquanto 45% continua como proprie-dade da companhia. Para a empresa, o diferencial que possibilita a opção por equipamentos locados é a rápida disponibilidade de atendimento, além da possibilidade de contratos de lo-cação de longo prazo, a garantia da disponibilidade imediata em caso de substituição de equipamentos com pro-blemas técnicos e a opção de contrato de manutenção separado.
Também adotando o modelo misto, a Elog, com 150 empilhadeiras na frota, sendo 5% locado e o restante próprio, utiliza a terceirização de equipamentos para atender novos projetos ou aumen-tos da demanda. Segundo a empresa, o melhor modelo de aquisição depende das características técnicas e financei-ras de um novo projeto a ser implantado e da taxa de utilização versus ociosidade das máquinas existentes.
“Na Elog, atuamos com máquinas alugadas em projetos de curto prazo, onde não conseguimos sinergia com operações existentes, e para atender a sazonalidade do ano, mantendo esse custo variável”, explica Leonardo Beni-tez, gerente de qualidade da Elog.
Vale lembrar que empresas como a DHL não apresentaram seus números de máquinas estrategicamente.
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A preocupação com a idade das empilhadeiras tem aumentado para muitos operadores logísticos. A justifi-cativa é óbvia: a busca por redução de paralisações de linha ou distribuição por indisponibilidade de equipamento. O Grupo Toniato, por exemplo, conserva a frota com idade média de três anos. Vale lembrar que a idade média de uma empi-lhadeira varia de acordo com o modelo e o ritmo de operações Isso ocorre graças ao acompanhamento dos relatórios de manutenção, que fornecem indicadores para amparar a decisão quanto ao me-lhor momento de repor ou redirecionar as máquinas a outras operações onde o desgaste seja menor. De acordo com a empresa, esse acompanhamento é feito em conjunto com os núcleos de manutenção e logística.
No caso das empresas que trabalham com máquinas terceirizadas, a renovação também é constante. Segundo Rodrigo Bacelar, gerente comercial e marketing
da ID Logistics, devido aos altos custos com manutenção, os fornecedores con-tratados para locação de empilhadeiras propõem troca de frota em média a cada três ou quatro anos de uso.
Muitas aproveitam o momento para revender os modelos que já não atendem o perfil operacional da empresa. A Elog, por exemplo, verifica as condições das máqui-nas após 10 anos ou 20.000 horas roda-das. As opções adotadas pela empresa são: venda, manutenção ou redirecionamento para utilização em áreas de apoio, como inventário e treinamento. Na maioria dos casos (principalmente nas máquinas de menor porte), opta-se pela venda e subs-tituição por novas empilhadeiras.
É a oportunidade do mercado de ampliar o número de empilhadeiras nos pátios de movimentação de carga, espe-cialmente para as pequenos. Isso permi-te acelerar o processo produtivo, reduzir o desgaste da mão de obra e elevar o nível de profissionalismo do setor.