Depois de um período de férias forçadas do blog (e só do blog, porque nós da redação estávamos trabalhando feito doidos para produzir as edições especiais de INTRALOGÍSTICA), preciso atualizá-lo com as últimas edições da série de sustentabilidade na logística, que já está na sexta edição.
Neste post, a bola da vez é a reportagem da revista de junho: “Uma cadeia limpa”, que mostrou como os paletes de madeira podem ser encarados como embalagens sustentáveis.
Diferentemente do que muitos imaginam, o consumo de madeira já não é o grande vilão do desequilíbrio ambiental, pelo contrário, desde que as áreas de reflorestamento passaram a alimentar a indústria, provou-se que esse mercado contribui para a redução do GEE (gazes de efeito estufa). Só para se ter ideia, o Brasil possui 6,7 milhões de
hectares de área de reflorestamento, principalmente de eucaliptos e pinus.
O fato de ser quase 100% composto de material orgânico faz com que a produção e o uso dos paletes de madeira não agridam o meio ambiente. E mesmo os agentes químicos opcionais ou obrigatórios, como o tratamento fitossanitário e a pintura do palete já possuem procedimentos menos agressivos, como o uso de tinta atóxica.
Na reportagem, inclusive, fabricantes e fornecedores de paletes, como Chep, Cia. do Pallets, Embalatec, Fort Paletes, José Bráulio, Matra, Ripack, explicam cada etapa da cadeia do palete e o quanto a embalagem favorece a sustentabilidade.
Por falar em entrevistados, veja um trecho do “Bate papo sustentável” que tive com Marcelo Canozo, presidente da Abrapal (Associação Brasileira de Paletes PBR) e também diretor da Fort Paletes:
Qual a política da Abrapal para garantir a responsabilidade socioambiental dos fabricantes de paletes de madeira?
Marcelo Canozo: Embora não tenhamos um trabalho específico nessa especialidade, exigimos que as empresas credenciadas na associação tenham cadastro ambiental e recomendamos que a produção siga normas sustentáveis, como a aquisição de matérias-prima de reflorestamento.
O palete de madeira já foi acusado de incentivar o desmatamento. Qual posição da Abrapal em relação isso?
Marcelo: Mais de 93% dos paletes produzidos no País, cerca de 10 milhões ao ano, são provenientes de madeira de reflorestamento, sem contar que a fabricação é limpa, tem baixo consumo de energia e não utiliza componentes químicos. Além do mais, o produto final é reciclável e pode ser convertido em biomassa, material utilizado como combustível para indústrias.
*Mauricio Miranda