Ontem participei de um curso para jornalistas sobre veículos híbridos e elétricos, e saí de lá com uma conclusão: não há como escapar dessa realidade, os veículos movidos apenas a combustíveis fosseis deixarão de existir ou ficarão cada vez mais restritos, caros e obsoletos.
O que nos leva a acreditar que se tornará mais frequente o surgimento de transportadoras com frota híbrida, elétrica ou, no melhor dos cenários, movida a hidrogênio. Mesmo que a tecnologia aplicada até o momento ainda esteja restrita a carros urbanos, como os de passeio, os ônibus e os VUC (veículo urbano de carga).
Confira parte das informações abordadas no curso:
Novidades
– A SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade, que promoveu o curso) vai criar um comitê de especialistas em veículos híbridos e elétricos para ajudar no desenvolvimento do mercado;
– Segundo Luzo Ventura, diretor de comissões técnicas da SAE, já existe em operação um ônibus 100% movido a hidrogênio. O veículo está sendo testado pela EMTU em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Por enquanto há apenas um modelo, mas já estão previstos outros dois veículos (o primeiro custou cerca de US$ 1 milhão).
Híbridos
– Atualmente existem quatro modelos de veículos híbridos, o paralelo, o split, o série e o plug-in (No próximo post, explicarei como funciona cada um desses modelos);
– Muita gente confunde híbrido com bicombustível, são tecnologias distintas. Esclarecendo: híbrido é o casamento de um motor elétrico alimentado tanto por energia elétrica quanto por combustível fóssil. Bicombustível é um motor a combustão, movido por gasolina e álcool (ou gasolina e gás natural, etc.).
Elétricos
– A empresa chinesa BYD (“Build Your Dream”, construir seus sonhos) já produz um veículo elétrico com bateria capaz de percorrer 400 km com apenas uma carga, o carro se chama e6 (foto ao lado);
– O motor elétrico tem 90% de eficiência energética, ou seja, ele permite melhor desempenho do carro, consumido menos energia (em comparação a um motor a combustão interna);
– Os veículos elétricos e híbridos plug-in, que são recarregados em tomadas, têm um grande problema a enfrentar, a infraestrutura de abastecimento. De acordo com Paulo Roberto Gentil, engenheiro da Netz, que conduziu o curso na SAE, qual será o condomínio que tem capacidade de alimentar diariamente os carros na garagem?
Quanto tempo as pessoas passarão no posto carregando seus carros? A matriz energética tem capacidade de alimentar uma frota de milhões de carros? Atualmente, a resposta é não.
Mais sobre os veículos elétricos e híbridos poderão ser conferidos na reportagem sobre Transporte Eficiente, programada para a edição de dezembro da INTRALOGÍSTICA.
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*Mauricio Miranda