O governo quer acabar com os almoxarifados de órgãos públicos e passar o gerenciamento do estoque de todo o material de expediente (como papel, caneta e cartuchos de impressora) da Esplanada dos Ministérios para as mãos de uma empresa privada, que será escolhida em pregão marcado para esta sexta-feira.
A ideia é que o material não fique mais estocado e seja fornecido de acordo com a demanda. Com isso, o governo acredita que será capaz de reduzir, por ano, R$ 12 milhões em despesas só em Brasília, eliminando custos de logística, aluguel e manutenção de almoxarifados, além dos gastos operacionais com as inúmeras licitações feitas durante o ano para compra desses itens.
Levantamento feito pelo Ministério do Planejamento com 18 órgãos públicos mostra que 6.700 m² são mantidos como almoxarifado para armazenas o material de escritório, a um custo anual de R$ 1,5 milhão. Outros R$ 8,9 milhões são pagos a 112 funcionários ligados diretamente com a logística da gestão e distribuição desse material estocado. Outros R$ 2,1 milhões são gastos com a operacionalização das licitações.
“Esse estudo revelou que a cada R$ 1 de material de expediente, se gasta R$ 2 na logística do processo. Com gente, espaço, custo do processo licitatório. Esse processo feito de forma fragmentada tem se mostrado ineficiente”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gleisson Rubin, que deixou claro que os funcionários de carreira ligados a essas áreas serão realocados.
Inicialmente, a ideia é tratar Brasília como um piloto. Todos os ministérios terão, obrigatoriamente, que respeitar a exclusividade do fornecedor contratado pela União. Também será permitido aos órgãos da administração indireta, ao Legislativo, ao Judiciário e ao próprio Governo do Distrito Federal aderirem, de forma opcional.
A empresa escolhida será a que apresentar o maior percentual de desconto sobre o valor global de compras que o governo quer realizar. Baseado nos custos de compras dos últimos anos, o governo quer fechar R$ 6,5 milhões em uma lista pré-determinada de itens. A ideia é que essa lista permita acréscimos durante o ano, desde que o desconto acordado seja estendido a todos os demais itens.
Caberá a essa empresa fazer a gestão do material e a distribuição dos itens aos órgãos que solicitarem, de acordo com a necessidade, num sistema denominado “just in time”.
“Queremos trocar o modelo por completo e passar a uma lógica em que o Estado não vai mais oferecer o papel de operador logístico. Não tenho que me preocupar com a guarda, a distribuição, a compra. Só quero para uso. A empresa vai desembarcar uma vez por mês no órgão o material (a ser utilizado)”.
Fonte: O Globo