O Magazine Luiza (MGLU3 -0,88%) é uma das 7 empresas no mundo capazes de sobreviver ao chamado “Apocalipse do Varejo”, de acordo com um relatório recente do Credit Suisse.
Agora, uma nova análise do BTG destrincha um dos motivos desta blindagem: a logística Omnichannel.
Já é de conhecimento do mercado o enfoque do Magazine em estratégias fluidas entre o digital e o físico. André Fatala, diretor executivo de tecnologia da empresa, deixou isso claro em entrevista ao InfoMoney no início deste ano.
Para entender a logística por trás dessa estratégia, os analistas Fábio Monteiro e Luiz Guanais conversaram com o diretor desta área em específico, Décio Sonohara, dentro do principal centro de distribuição (CD) da companhia, na cidade paulista de Louveira. Assim como Fatala, Sonohara tem experiência em tecnologia pré-Magazine. Isso já demonstra a importância dada pela empresa à adaptação digital em todas as áreas.
Varejo digital e físico são comandados conjuntamente no CD de 100 mil metros quadrados. A plataforma omnichannel “permite à empresa manter a qualidade do serviço fornecido aos clientes em todos os canais e, assim, criar uma ponta competitiva para ter sucesso neste mercado”, escrevem os analistas. Graças à integração completa, a opção de comprar online e buscar na loja também é otimizada.
Eles observam com otimismo a forma como a empresa lida com o crescimento do marketplace, que inclui as opções de armazenagem completo ou entrega cruzada, passando por um dos CDs.
Com 11 centros de distribuição no total, a Malha Luiza (sistema próprio de logística da empresa) custa entre 25% e 30% menos que as maiores empresas de entrega. Ter um sistema próprio também facilita a rapidez: 98% das entregas na Grande São Paulo são realizadas em menos de 2 dias – algo que a empresa pretende expandir nos próximos anos.
Para os próximos anos, a empresa tem intenção de melhorar a inteligência artificial para prever a demanda dos clientes, além de mover mais rapidamente os produtos entre CDs e reduzir o tempo de compra.
“Mais importante, todo o processo de logística tem integração das operações online e off-line. A MGLU está focada também em melhorar processos em suas operações, aplicando conceitos como [a filosofia] Kaizen para ajudar a promover e sustentar a cultura digital entre os funcionários”, nota o relatório. A filosofia Kaizen consiste em diversos ensinamentos voltados à redução de custo e aumento de produtividade. Entre as bases deste pensamento estão o trabalho coletivo, a valorização do ser humano dentro da empresa e a busca por metas coletivas sem deixar de atender a necessidades pessoais.
Para os analistas, a ação da empresa não está barata, mas ainda há mais por vir. Eles trabalham com preço-alvo de R$ 142 (vs. R$ 80 anteriormente).