Foi-se o tempo que manter gran-des estoques era uma questão de sobrevivência, hoje espaço no segmento logístico é tratado como estratégia operacional.
Por isso, para os operadores logísticos e as empresas contratantes a oferta de posições palete é tão analisada quanto a contratação de um veículo de carga. E de acordo com o perfil de Operadores Logísticos 2012, o setor está bem abastecido. Foram informadas 2,49 milhões de posições, espalhadas pelos estados brasileiros e concentradas, princi-palmente, nas regiões Sul e Sudeste.
Outro índice de concentração aponta que a maior parte desse montante está instalado em apenas 12 empresas. Segundo os dados da pesquisa, esses operadores detêm 60% das posições palete declaradas, sendo que nove dessas empresas têm atu-ação no segmento de cosméticos e oito no de higiene e limpeza. É o caso da Mclane, com participação nos dois segmentos, en-tre outros. Segundo Roldo Goi, diretor de operações da empresa, cosméticos é o que mais exige posições paletes em função da variedade de produtos, múltiplas especifi-cações e muitos lançamentos.
A pesquisa também aponta a relação entre volume de estocagem e posição palete. Das cinco maiores empresas em volume de estocagem (acima de 1.000.000 m3), três estão entre as 12 maiores em quantidade de posições. É o caso da Atlas Transporte e Logística, com 77,8 mil po-sições e 5,3 milhões m3; Bomi Farma, 90 mil posições e 1,2 milhão m3; e Tegma, 62,2 mil posições e 1,3 milhão m3.
Volume e estruturas
A necessidade do uso de equipamentos de movimentação e separação de itens tem elevado a área construída dos operadores logísticos que, exclusivamente, atuam no segmento de transporte. É o caso da Braspress, que ocupa a segunda colocação entre as cinco empresas com as maiores metragens cúbicas, mas possui somente 5 mil posições palete, que não são destinadas à estocagem. Graças aos investimentos em transportadores contínuos para sepa-ração, recebimento, classificação, carga conferência e expedição de carga, também conhecidos como sorter, a empresa tem construído e ampliado suas unidades e, por isso, já conta com 2,22 milhões m3.
Também entre os cinco maiores em volumes, a Tegma, com 1.37 milhão m3, aumentou em 197% sua área de estocagem nos últimos quatro anos, consequência de aquisições e reestruturações. Mas diferen-te da Braspress, a empresa também atua no segmento de movimentação e armaze-nagem de carga. E por atender diversos segmentos da economia, tais como veícu-los, autopeças, equipamentos eletrônicos e de telecomunicações e e-commerce, adota diferente tipos de estruturas de estoca-gem, tais como porta paletes, mezaninos e racks auto empilháveis.
É cada vez mais comum os operadores logísticos variarem o tipo de estrutura de estocagem instalada. Para Ozoni Argenton Júnior, diretor da Arfrio, com a variação,
é possível atender à necessidade de mo-vimentação e armazenagem exigidas pelos produtos dos clientes. Muitas vezes as estruturas de estocagem podem ser utilizadas de forma mista, possibilitando uma melhor movimentação dos produ-tos nos armazéns, reduções de avarias e, consequentemente, proporcionando menores custos. Por esse motivo, a Arfrio utiliza estruturas porta paletes, modelo comum; estruturas drive-in, que possi-bilitam maior concentração de estoques estáticos ou de baixo giro; estruturas push back, para grandes estoques em que há alto giro; e estrutura convencionais, como contentores metálicos pré-montados, para armazenagem de produtos que não são acondicionados em paletes PBR.
Com a variação do tipo de estrutura e o aumento do número de posições palete, as empresas também precisam se preocupar e investir em equipamentos de movimenta-ção. A Tegma, por exemplo, para o seu mix de estruturas, adota equipamentos como: empilhadeiras GLP, elétricas e retráteis, transpaletes, guindastes e elevadores para carga.
Efeito sazonal
Assim como os produtos são disputa-dos nos supermercados durante as datas sazonais, como Natal e Páscoa, as posições palete também ganham maior importância para fabricantes e varejistas nesses perío-dos. E, por isso, ainda é comum encontrar empresas que perdem a venda por não encontrar espaço de estocagem disponível no mercado ou que pagam preços acima da média por alguns metros quadrados.
Para a Arfrio, o período de maior movi-mentação e armazenagem ocorre em duas datas: final de ano, quando as empresas buscam à partir do ultimo quadrimestre do ano armazenar seus estoques reguladores para as festas; e na Páscoa, que também têm movimentação com volumes diferenciados quando os produtos (ovos de chocolate e outros) são armazenados em câmaras climatizadas. “Essa fase nor-malmente acontece com um trimestre de antecedência à data da Páscoa, também com o objetivo de manter os estoques até o início das vendas”, esclarece Ozoni.
No caso da Mclane, as datas que elevam a movimentação entre as posições palete também ocorrem no final ano, mais es-pecificamente entre os meses de outubro e novembro. No entan-to, por atuar no segmento de cosméticos, as datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia das Crianças, elevam o interesse de fabricantes e distribuidores por pontos de estocagem. De acordo com informações do mercado, os preços por posição palete chega a dobrar nas maioria dos Operadores Logísticos.