Novos guindastes de alta capacidade exigem cabos de aço de alto desempenho
O s cabos de aço modernos são produtos com tecnologia muito mais avançada do que as usa-das há vinte anos. Esses anos de desenvolvimento contínuo levaram ao avanço dos parâmetros importantes dos cabos, como a resistência à tração, o fator de enchimento e o projeto de construção. O uso po-tencial de cabos de aço especiais se distanciou mais e mais dos cabos de aço convencionais. As propriedades básicas e o maior potencial dos cabos de aço de alto desempenho são intimamente relaciona-dos ao sistema em que o cabo é usado. O cabo de aço não é mais um produto independente, mas sim um elemento integral do sistema. Esse sistema consiste do cabo propriamente dito, das polias, do tambor, fixações e passagens dos cabos e da terminação.
O alto desempenho, a confiabilida-de e o período de fadiga desses ‘cabos componentes do sistema’ são afetados por outras partes do sistema, pelas con-dições operacionais, pela manutenção de todos os componentes do sistema e pela experiência, cuidado e atenção do operador do guindaste. O modo como cada componente (o cabo de aço de alto desempenho, as po-lias e o tambor) funciona e é operado afeta o desempenho do sistema todo.
Classificação
Os cabos de aço de alto desempenho são classificados em dois grupos: resis-tentes à rotação e não resistentes à ro-tação. Os resistentes à rotação são desti-nados a gerar níveis reduzidos de torque e rotação quando carregados. Os cabos desse tipo podem ter diferentes níveis de resistência à rotação.
Os cabos não resistentes à rotação são usados normalmente para lança móvel ou suspensos. Com carga, os cabos não resistentes à rotação geram altos níveis de torque. As duas extremidades do cabo devem ser fixadas firmemente para evitar os efeitos giratórios. É proibido usar esses cabos fixados a uma articulação girató-ria ou ter as duas extremidades girando livremente com carga. Se isso não for observado, poderão ocorrer graves lesões, danos consideráveis e até morte.
Polia
Para minimizar as forças restriti-vas do cabo, o diâmetro do canal da nova polia é ligeiramente maior que o diâmetro do novo cabo. As polias que operam no guindaste são sujeitas ao desgaste independente do material usa-do. Os diferentes desgastes das polias dependem do uso. Quanto mais forem usadas, maior o desgaste. Uma vez que as condições das polias exercem influência significativa por toda a vida útil do cabo, as polias devem ser inspecio-nadas em intervalos regulares. As condições do canal das polias podem ser divididas em três casos típi-cos. No primeiro, o canal está correto. A superfície do canal é lisa, com um diâmetro de aproximadamente 1,06 vez o diâmetro nominal do cabo. O gabari-to (medindo, por exemplo, 30 mm para um cabo de 28 mm) é bem adequado. No segundo caso, o canal é muito largo. Em geral, o aumento da pressão na base do canal reduz o tempo de vida do cabo. Contudo, para fins práticos, na maioria dos casos nada pode ser feito. No terceiro caso, o canal é muito es-treito. O desgaste na polia é causado por cabos usados anteriormente que cava-ram a polia. As polias nessas condições reduzem o tempo de vida do cabo e o desempenho do novo cabo instalado. Todas as polias usadas devem ser inspecionadas com o uso de ferramentas antes de ser instalado o novo cabo. Uma vez que o canal da polia esteja liso e seu diâmetro maior que o diâmetro real do cabo de aço, nada mais se pode fazer.
Tambor
Para enrolamento em múltiplas ca-madas (requisito básico para as pontes modernas), tem sido usado há anos um tipo especial de tambor.
Esse tipo especial, normalmente conhecido como tambor Lebus, depois que a empresa originalmente inventou o sistema e fa-brica até hoje, é caracterizado por duas zonas: a pista paralela e a área de cru-zamento, deslocadas em 180°. O enrolamento em múltiplas camadas exige muito do cabo e do tambor. Fun-cionando corretamente, a carga é distri-buída uniformemente entre as camadas individuais devido à formação piramidal na pista paralela. Entretanto, o cruza-mento das fileiras do cabo entre a ca-mada inferior e superior de cada área de cruzamento provoca desgastes mecânicos inevitáveis. A abrasão resultante é reve-lada pelas superfícies achatadas dos fios. É necessária uma inspeção regular de desgaste em cada uma das áreas de cruzamento de cada camada. Se o des-gaste for claramente visível e forem determinados rompimentos dos fios, é necessária uma ação para evitar o des-carte prematuro causado pelo rompi-mento despercebido dos fios.
Tensão no cabo
É essencial uma inspeção regular nas voltas do cabo. Em caso de qual-quer falha, o cabo completo terá que ser desenrolado e reenrolado com cuidado e imediatamente sob pré-tensão. O ope-rador deve anotar o bloco do gancho usado para conseguir a fixação e pas-sagem dos cabos necessários. Quan-to à pré-tensão do cabo, é permiti-da uma tensão de 10% da carga de trabalho de segurança. Durante esse procedimento, o cabo deve ser exa-minado quanto a alguma avaria, tal como fios rompidos ou deformações. Se a pré-tensão mencionada acima não for possível, uma tensão menor ainda é conveniente para melhorar o compor-tamento do enrolamento das múltiplas camadas e reduzir as avarias ao cabo.Infelizmente não existe nenhuma regra geral possível de quantas vezes é necessário renovar a pré-tensão do cabo de aço. Tudo depende das con-dições operacionais reais, incluindo o comprimento do cabo usado em comparação ao comprimento insta-lado, a máxima força necessária no cabo e a diferença entre a pré-tensão e a força máxima no cabo. O aumen-to do número de lances de descida usado na disposição do cabo é uma forma comum de reduzir o perigo de corte interno do cabo com a redução da força no cabo.
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