Tecnologia aplicada no Agronegócio

Tecnologia aplicada no Agronegócio

A competição também chegou ao campo. Para o consultor Wagner Salzano, da Imam Consultoria, mesmo o pequeno produtor vem sentindo a necessidade de mudar o conceito de logística pelo supply chain, analisando toda a cadeia de abastecimento.

No agronegócio, as ferramentas de TI estão se tornando indispensáveis. Salzano participou na manhã desta quinta-feira (30/09), em São Paulo, do seminário Tecnologia Aplicada ao Agribusiness, realizado pelo Jornal ComputerWorld.

Segundo o consultor, atualmente há diversas ferramentas aplicadas à cadeia de abastecimento. Para o planejamento, os principais são sistemas para previsão de demanda, CRM (Customer Relationship Management), MRP (Material Requeriment Planning) e ERP (Enterprise Resources Planning).

“É importante que o fornecedor saiba quem é o agricultor, qual o seu negócio, o que compra, quais as suas necessidades etc. Por isso, o uso de um sistema de CRM. Já o MRP, muito usado na indústria de processos, também tem se mostrado muito útil no campo, já que a sua principal função é calcular a necessidade de materiais ou insumos”, explicou.

Na área de gestão de materiais, Salzano destacou dois sistemas: o WMS (Warehouse Management System) e o código de barras. O primeiro é um sistema de gestão de armazéns, que integra softwares, hardwares e equipamentos periféricos, com o objetivo de otimizar todas as atividades operacionais e burocráticos dentro do processo de armazenagem, reduzindo custos de manutenção de estoque e melhorando o serviço ao cliente.

“O código de barras evita a digitação e reduz o erro. Possibilita uma leitura rápida e correta das informações junto a sistemas como ERP e WMS”, observou.

Entre os softwares de planejamento, Salzano destacou os roterizadores e os sistemas de rastreamento de cargas por GPS, este último mais usado para localizar veículos roubados, mas que pode otimizar muito o processo de logística, já que fornece dados importantes, como o tempo de carga e descarga e a localização exata do veículo.

Case Coamo

Uma pesquisa realizada pela Cooperativa Agrícola Coamo com 13.264 cooperados revelou que apenas 21% têm acesso ao computador e somente 14% possuem acesso à internet.

“A infra-estrutura tecnológica ainda não chegou ao campo. E não estou falando do sítio do pequeno agricultor, mas na cidade onde está a sua propriedade”, comentou Antônio Satoshi Shima, gerente de Organização e Sistemas da cooperativa, que possui atualmente 18.674 associados, um quadro de quase 4.100 funcionários e uma receita de R$ 3,2 bilhões (2203).

Segundo revelou, a Coamo investe anualmente 0,28% da sua receita em TI. “Atualmente, estamos com duas plataformas: um mainframe Unisys, onde roda 60% dos cerca de 10 mil aplicativos, e um servidor Windows, rodando os 40% restantes, com banco de dados Oracle”, comentou, acrescentando que entre as principais aplicações está o sistema de Business Intelligence Corvu, que fornece informações para tomada de decisões não apenas para os executivos, mas para diversas hierarquias.

“O agrônomo, por exemplo, tem todas as informações sobre os produtores que atende. Ele sabe, por exemplo, que tipo de semente o produtor utilizou e qual foi a sua safra. Com isso, ele pode dar melhores orientações”, disse. 

By IMAM

O IMAM desde 1979 vem publicando conteúdo sobre Logística e Supply Chain