gestao de custos222

gestao de custos222Dizem que alguns empresários só começam a se importar com seus custos e preços quando tem uma queda expressiva de suas vendas ou de seus resultados, principalmente em épocas de crise como a qual estamos tentando sair aqui no Brasil.

O fato é que esta preocupação deveria estar no radar todos os dias e em qualquer momento. Muitas Empresas atingem o tamanho médio com sistemas precários de mensuração de seus resultados, normalmente apenas com demonstrativos contábeis globais, tais como: DRE´s – Demonstrativos dos Resultados do Exercício e começam a sentir dificuldade nas avaliações e tomadas de decisão mais específicas, por exemplo: qual é o resultado específico de cada linha de produtos ou de determinados processos? Isso porque normalmente pelo sentimento de que se gasta mais energia e tempo com determinados clientes e segmentos do que outros.

O custo deveria representar o “gasto de energia” para transformarmos os inputs em outputs em qualquer processo e o preço o quanto o nosso mercado valoriza nossos produtos e serviços, também conhecido como “valor agregado”.

Porém alguns sistemas tradicionais de custos, tais como o “custeio por absorção” que tem por objetivo calcular o custo de cada sku, porém fazendo com que todos os custos diretos e indiretos, variáveis e fixos sejam absorvidos pelos itens, através de critérios de rateios subjetivos, possui algumas restrições, assim como qualquer sistema de custos, direto, mundo dos ganhos (TOC) e Enxuto (Lean) tem vantagens e desvantagens que devem ser exploradas caso a caso.

Com exceção do custeio por absorção que é o único aceito pela contabilidade legal, os demais constituem sistemas de custeio gerenciais que são implementados em virtude do viés de cada gestor. Por exemplo um sistema de custos enxuto (Lean) só será implementado em uma Empresa que acredita no sistema enxuto de gestão e assim por diante.

O modelo que mais cresce em aplicação em função da grande popularidade do modelo enxuto é o custeio enxuto, que visa medir o resultado de um fluxo de valor inteiro, ou seja, qual a margem de contribuição ou resultado deste fluxo, que processa uma família de produtos.

A implementação de qualquer modelo de custeio e precificação gerará um grande gasto de energia de muita gente na organização, portanto a escolha do modelo mais aderente a sua necessidade é tão importante do que o próprio resultado final, pois temos que evitar que este enorme investimento não sirva para tornar a empresa mais competitiva, em função do descrédito ou da falta de conhecimento sobre o sistema de custeio praticado.

Como qualquer outro controle, o custo também não agrega valor para os nossos clientes, sendo um mal necessário para desenvolvermos uma gestão efetiva. Ou seja, se não pudermos tomar ações concretas baseadas no custo, como vejo em muitas empresas, o sistema de custeio não servirá para nada, tornando-se mais um controle caro e inútil dos muitos implementados.

Sidney Rago, Formado em Engenharia Mecânica pela FEI com MBA em Gestão Empresarial na FGV e extensão na Universidade da Califórnia – EUA. Gerente da Divisão Estratégias e Performance da IMAM Consultoria, com 30 anos de experiência é também instrutor da IMAM em cursos de aperfeiçoamento nas áreas de Logística, Produtividade, Custos Industriais e Liderança.

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