A iluminação deficiente gera custos adicionais e compromete a produtividade dos colaboradores
A iluminação evoluiu das velas, em 3000 a.C., às tochas, aos lampiões, aos aparelhos de iluminação elétrica ou a gás. O que antes foi luxo, hoje é uma necessidade nos lares, nas empresas, nas áreas de entretenimento e nas principais vias, e com tantas opções, pode ser difícil determinar qual é a forma mais econômica para manter ao mínimo os custos dos serviços de fornecimento de energia elétrica, de manutenção e de reposição.
Muitas mudanças ocorreram na indústria da iluminação nos últimos 20 anos, mais notadamente nos últimos dois anos. Tradicionalmente, os armazéns em operação no início do século 20 utilizavam lâmpadas incandescentes. Nos anos 1950, foram as lâmpadas fluorescentes com reatores magnéticos; por volta dos anos 1960, tornaram-se populares as lâmpadas por Descarga de Alta Intensidade (HID).
Isto foi seguido pela geração seguinte de HIDs nos anos 1970, lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão e, finalmente, as de metal halide, nos anos 1980. Hoje, a maioria dos armazéns possui lâmpadas de metal halide de 460 Watts ou de vapor de sódio a alta pressão de 465 Watts. Elas são comparadas à nova geração de fluorescentes de 200 Watts.
As fluorescentes não conseguiram competir em eficiência e desempenho com as novas HIDs. As lâmpadas fluorescentes T12 desenvolvidas atualmente tornaram-se uma opção viável à iluminação HID depois que as séries de alto rendimento e de altíssimo rendimento foram introduzidas.
A nova geração de fluorescentes, como a lâmpada T8 com reator eletrônico, foi o próximo passo no desenvolvimento da lâmpada T12 com reator magnético. Os armazéns que utilizavam iluminação antiga passaram a ter opção de reduzir seus custos em cerca de 75% e, ao mesmo tempo, melhorar a visibilidade e conservar energia.
Com o avanço no desenvolvimento dos dispositivos de iluminação, outros aspectos também melhoraram. Os lumens por Watt aumentaram de 10 para mais de 100. Os índices de reprodução de cores aumentaram de 22 para mais de 80 e a eficiência dos dispositivos em geral aumentou de 50 para mais de 80. Com a evolução da iluminação, as pesquisas indicaram uma ligação entre seu uso à eficiência e à produtividade do funcionário.
Com o envelhecimento da força de trabalho, a iluminação adequada torna-se cada vez mais crítica. Os funcionários necessitam de iluminação de melhor qualidade com menos ofuscamento ao atingirem a meia idade ou mais. A nova geração de sistemas fluorescentes atendeu às necessidades fornecendo altos níveis de iluminação, excelente reprodução de cores, reduzindo substancialmente o ofuscamento, conhecido como Probabilidade de Conforto Visual (VCP).
A tecnologia de iluminação fluorescente passou de boa para excelente em apenas alguns anos. Atualmente, as empresas vêm fabricando a fluorescente T8 com uma camada de fósforo que possui um índice de reprodução de cores de 86. O foco passou de quantidade de luz para qualidade de luz. A T8 permite que mais luz saia da lâmpada proporcionando quantidade e qualidade.
A comparação do ciclo de vida dos diferentes tipos de lâmpadas também é crítica. A lâmpada T8 perde apenas 6% dos lumens iniciais e dura até 30 mil horas. As de metal halide perdem até 75% de seus lumens durante o seu ciclo de vida de 20 mil horas.
Muitos armazéns utilizam as lâmpadas de metal halide e acabam pagando por 100 lumens, porém recebem apenas 25. Faz sentido aos gerentes de armazéns receber pelo que pagam e investir em iluminação de longa vida útil, eficiente e eficaz. As de sódio a alta pressão e sua desagradável cor laranja estão se tornando rapidamente parte do passado no setor de armazenagem.
A conservação de energia, assim como a automação e a criação de um ambiente de trabalho agradável, combinaram-se no avanço das tecnologias da iluminação fluorescente. O sensor de movimento atendeu a esta necessidade tanto para a eficiência da energia como para a simplicidade.
Em um armazém convencional, um corredor é ocupado menos de 25% do tempo. Em grandes áreas de armazéns, em vez de consumir 460 Watts com uma lâmpada de metal halide 24 horas por dia, somente 200 Watts são consumidos 2 horas por dia com a utilização dos sensores de movimentos. Como conseqüência, estas luminárias duram muito mais tempo e exigem menos manutenção.
Em contraste, as lâmpadas de metal halide levam algum tempo para “aquecer” depois que são desligadas com base na ocupação da área e, portanto, são menos econômicas e práticas do que as lâmpadas fluorescentes com sensores.
Os fabricantes de lâmpadas de descarga de alta intensidade estão conquistando avanços com as lâmpadas de metal halide após a invenção da tecnologia de pulso de partida.
Elas não perdem em termos de níveis de iluminação tanto quanto no passado, a alteração da cor não é perceptível, apresentam uma ligeira queda no consumo em Watts. Pelo fato destas lâmpadas exigirem novos reatores, é preciso avaliar um novo tipo de construção, embora ainda não sejam competitivas em relação às novas tecnologias das lâmpadas fluorescentes.
Em prédios refrigerados e com ar condicionado, o uso de lâmpadas ineficientes pode gerar custos adicionais. Para compensar o calor gerado a mais devido à ineficiência das lâmpadas que ficam acesas durante todo o horário de expediente, é necessário mais energia para manter o ambiente fresco. A carga sobre os equipamentos mais avançados de refrigeração pode provocar mais manutenção e também substituições mais frequentes.
Os avanços tecnológicos na eficiência de energia são contínuos e evoluíram desde os tempos dos pavios e óleo para lampiões até as modernas luminárias. Considerando-se que a iluminação artificial é responsável por 40 a 50% do consumo de energia em prédios comerciais, faz sentido que os armazéns avaliem as luminárias atuais e explorem suas opções.
* Reinaldo Moura é fundador e diretor do Grupo IMAM, composto pelo Instituto IMAM, IMAM Consultoria e IMAM Feiras e Comércio. É autor de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.