Quando o assunto é manufatura, sabemos que tecnologias inovadoras impactam todas as áreas da indústria, do design do produto ao pós-venda, e criam uma alta demanda para investimentos em inovação.
Mas, quando o orçamento é alinhado com o Retorno sobre investimento (ROI), muitas fábricas precisam tomar decisões difíceis sobre prioridades e escolher projetos que cabem no bolso. É raro ver empresas que querem renovar ou até mesmo reinventar seus processos de uma só vez, e, quando os executivos começam a escolher onde investir, o primeiro olhar é para o chão de fábrica, que necessita de manutenção de equipamentos, maquinário industrial, fluxo de trabalho, tecnologia de sensores, e a gestão do estoque pode sempre esperar.
Por mais que os investimentos em soluções inteligentes sejam para atender a demanda por sensores, RFID e outras tecnologias que ajudam na armazenagem, a inovação nas operações precisa ter o intuito de reduzir custos. Se olharmos a gestão do estoque pela lente do fluxo de caixa, pequenos problemas do dia-a-dia colocarão uma nova perspectiva às prioridades. Afinal, a indústria lida com situações semelhantes como falta de produtos, que muitas vezes ficam perdidos no depósito, não são embarcados dentro do prazo e resultam em atrasos na entrega aos consumidores finais. Como consequência, contratos são revistos, cancelados e a troca por fornecedores é quase constante. E, no final das contas, a falta de gestão/ou a gestão manual do estoque impactam, e muito, a lealdade do cliente.
Na era de indústria 4.0, as tecnologias protagonizam as grandes mudanças do século XXI e podem levar os sistemas de gestão de estoque a um próximo nível, o da produtividade no chão de fábrica. Quando falamos sobre inovações ‘futurísticas’, normalmente tratamos de soluções mais avançadas, como ‘empilhadeiras sem motoristas’, que podem se movimentar na planta, parar no momento e local precisos e atuar ativamente na armazenagem. Porém, também precisamos falar sobre as soluções que são acessíveis e ajudarão a atender a demanda do dia a dia e, por serem simples de usar, reduzirão o tempo de aprendizagem de uma nova tecnologia, como as tecnologias vestíveis, sistemas de ativação de voz e sensores de leitura. Inovadoras, essas tecnologias têm um impacto direto no fluxo das operações, e, consequentemente, no de caixa, por meio da gestão de estoque.
Como o setor de armazenagem lida com diferentes unidades de controle de estoque e de demandas, investir na gestão de estoque garante precisão, por meio dos relatórios analíticos e análises preditivas que dão aos gestores informações precisas sobre a disponibilidade do estoque, a otimização de tempo, espaço e fluxo de caixa. Além de todas essas vantagens já citadas, uma boa gestão de estoque torna acessível informações estratégicas, quando necessárias. No pós-venda, esse impacto é refletido na manutenção preventiva e na satisfação do cliente.
Com a gestão de inventário, a indústria pode gerenciar a demanda por produtos personalizados, porque é possível ter uma visão das táticas operacionais, principalmente as que impactam o design, montagem e armazenagem. Então, por mais que o depósito pareça apenas um ‘local de armazenagem’, ele é o coração da empresa, e o lugar onde, de fato, a tecnologia para Gestão de Estoque pode ser estratégica para o fluxo de caixa, ajudando a melhorar, inclusive, o relacionamento com os consumidores.
Gabriel Lobitsky é diretor de vendas da Infor