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A sofisticação está abrindo caminho para a simplicidade no mundo da MAM

Já que a logística se tornou sinônimo de transporte externo e a maioria critica as condições de infra-estrutura no Brasil, bem como o colapso nos portos e estradas, muitos estão se esquecendo de olhar para dentro de suas instalações e ver a origem de tudo isso, a chamada intralogística, o setor de movimentação de materiais.

 

Mesmo com várias soluções automatizadas e até sofisticadas, ainda prevalece na intralogística a solução básica ou trivial. Ao contrário do que muitos pensam, a movimentação e armazenagem de materiais (MAM) não se tornou importante somente nos últimos anos devido à evolução da logística. Ela existe desde os primórdios da civilização, primeiro porque os recursos não estão em abundância em qualquer lugar da natureza – então, o homem sempre teve de movimentá-los e armazená-los para garantir sua sobrevivência.

 

Desde a idade da pedra o homem foi descobrindo recursos para facilitar esse deslocamento, tais como o plano inclinado, rodas de pedra (na época), alavanca, pau de carga (guindaste) até chegar aos quase milhares de equipamentos dos dias atuais.

 

Mas a movimentação de materiais não se resume apenas aos equipamentos (é, antes de tudo, a eliminação dessa atividade, quando possível), pois assim como a estocagem, os controles e outros processos não agregam valor ao produto final, seja numa fábrica, centro de distribuição, terminal ou em qualquer outro lugar.

 

Portanto, quanto menos material existir no fluxo e quanto mais direto e rápido for esse processo, melhor. Assim, a MAM é definida como “a arte e a ciência da estocagem e controle do fluxo de materiais, desde a fonte até o consumo”. Algo bem parecido com a definição da logística! Sim, mudam-se os rótulos, mas o conteúdo da garrafa continua sempre o mesmo.

 

Lembre-se: somente agregam valor aos produtos as atividades que contribuem para a evolução do produto acabado, isto é, aquelas atividades que o cliente final irá sentir e dar valor por elas. Isso não quer dizer que todas as atividades, exceto as operações, não agregarão valor, mas a drástica redução das atividades desnecessárias contribuirá muito para a tão necessária redução dos custos.

 

Então, o equipamento de MAM será sempre uma solução para a equação: características do material, somadas aos requisitos dos movimentos, implicarão a escolha do método, o qual incluirá o equipamento de MAM. E devemos sempre procurar integrar este equipamento com alguma atividade produtiva (que agrega valor) para viabilizá-lo economicamente. Assim, nem toda atividade de movimentação será improdutiva.

 

A flexibilidade é a chave! Conforme a automação se torna mais acessível, precisamos ter cuidado para não perder o sincronismo entre as atividades, isso é, fabricar uma peça mais rápido e deixá-la em espera ou estoques, aguardando o processamento na máquina seguinte. Ou seja: criou-se uma “pseudoautomação”.

A MAM também cria soluções fascinantes. Veja o caso dos veículos automaticamente guiados (AGVs), que estão se tornando mais fáceis de integrar, tornando-se também mais acessíveis com tecnologias flexíveis.

 

Transportadores contínuos estão sendo projetados com controles modulares que os tornam mais fáceis de expandir. Até mesmo as pontes rolantes, que não tinham seus sistemas alterados há anos, hoje são disponibilizadas com recursos mais ergonômicos. E quanto maior for a necessidade de movimentar algo rapidamente, uma empilhadeira estará lá sempre pronta.

 

A ideia de remover a etiqueta “inflexível” tem inspirado os fabricantes de equipamentos de movimentação de materiais automatizados a apresentar uma nova geração de equipamentos. Muitos estão criando modularidade e flexibilidade operacional em suas propostas.

 

Por isso, alguns dos novos AGVs incorporam a opção de homem a bordo, por exemplo. Eles operam no modo manual ou automático, e o usuário pode introduzir novas tarefas e fazer manutenções sem alterar o programa rígido já existente nos modelos antigos. No modo automático, o material pode ser movimentado um destino programado sem o operador.

 

Mesmo os sistemas de transportadores contínuos estão sendo comercializados com soluções mais flexíveis. Os fabricantes desenvolveram algoritmos de aceleração e desaceleração para manter o movimento sob controle. Isso flexibiliza ajustes na configuração das restrições do prédio do usuário. Esses sistemas não precisam trabalhar com 150 m/min. Metade dessa velocidade pode fazer o mesmo trabalho, com muito menos desgaste e manutenção.

 

Os armazéns automáticos com transelevadores oferecem uma combinação de equipamentos e controles que podem movimentar, estocar e recuperar uma carga, desde simples miniloads, até sistemas complexos controlados por computador que são totalmente integrados ao processo de manufatura e distribuição.

 

Além das melhorias nos equipamentos de MAM, você descobrirá que os serviços dos seus fabricantes estão melhores do que nunca. Muitos não impõem ou empurram simplesmente sua solução, mas procuram encontrar e propor uma completa para um problema de MAM.

 

A sofisticação está abrindo caminho para a simplicidade no mundo da intralogística. É por isso que o futuro para este setor e para seus clientes é tão brilhante!

 

Reinaldo Moura é fundador e diretor do Grupo IMAM, composto pelo Instituto IMAM, IMAM Consultoria e IMAM Feiras e Comércio. É autor de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.

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