Dificilmente o guru Paulo Guedes vai ter sustentabilidade suficiente para o homem central de um eventual governo de Jair Bolsonaro.
A investigação a que que ele vem sendo submetido pelo Ministério Público Federal, para apurar se cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária, decerto vai mudar o eixo da defesa do modelo de governo para o Brasil. Principalmente porque as suas teorias liberais para colocar o País nesse eixo não encantaram até mesmo os militares. Logísticas e infraestrutura são fins que demandam meios adequados como solução.
No âmbito das logísticas, o Ministério dos Transportes vem sendo comandado extraoficialmente por Valdemar Costa Neto, e mesmo depois de ter sido encarcerado, parece que ele continua a enxergar a administração pública com a mesma produtividade de sempre, visando prioritariamente aos seus interesses políticos. Disso tem resultado índices dos piores do mundo para segurança nas nossas estradas, gargalos nos portos e aeroportos deficientes. Economicamente, trata-se de resistências à competitividade global do produto brasileiro e, como resultado prático, baixo crescimento e alto desemprego.
Em um cenário mundial onde ocorre uma disputa renhida no tabuleiro comercial, entre Estados Unidos, China e Rússia, é preciso descomplicar o Brasil para conseguir superar os seus limites das commodities agrícola e mineral e se destacar, a exemplo da Índia, no desenvolvimento tecnológico. Participar desse cenário é um requisito para o desenvolvimento. O primeiro e o mais ousado passo é desmontar o balcão de negócios atrelado ao centro político que virou Brasília, pactuado principalmente pelo empresariado com visão de eficiência negociai viciada e que entende, assim, ser mais prático obter uma vitória concorrencial.
Definitivamente e para aumentar o poder de desenvolvimento, é preciso descentralizar as decisões e agilizar a solução, para fomentar e priorizar a competitividade regional no fortalecimento da produtividade nacional, bem como desenvolver competências e gerar trabalho. As urnas mostraram que a sociedade quer mudanças. Velhos caciques foram defenestrados do salão do poder. Na era das redes sociais da Internet, o Brasil tem que ser organizado em redes descentralizadas e externamente dependentes da sua participação em uma estrutura complexa de redes nacionais e redes internacionais dos mercados. É a era da tecnologia do Blockchain, que permite acesso a banco de dados distribuído e descentralizado.