Na lista dos itens mais importantes para a movimentação de materiais, as rodas e os rodízios exigem atenção na hora da especificação.
Prejuízo. Esse é o resultado da falta de cuidado com as rodas e os rodízios. Além de prejudicar a movimentação da operação, tornando-a mais lenta, a ava-ria desses itens exige maior esforço do operador (perdas crônicas) e pode até causar danos à saúde. Isso sem contar os estragos nos equipamentos (empi-lhadeiras, transpaletes, carrinhos, etc.), que sofrem com o excesso de trepida-ções, assim como a carga, que está su-jeita a se desequilibrar e sofrer avarias.
O piso é outra vítima do descuido com as rodas e os rodízios; normalmente são riscados, manchados e, em alguns casos, até quebrados. A solução pode estar na escolha dos itens corretos, na banda de rodagem, vibração excessiva e trincas. Na mesma inspeção é possível também observar se a roda está girando livremente e se o garfo não está emper-rando em relação ao ponto de fixação.
“É valido verificar se há folga na pista de esfera e desgaste no revestimento”, acrescenta Éd Pinharbel Silvério, geren-te nacional de vendas da Rod-Car. Outra alternativa que ajuda a deter-minar a troca de rodas e rodízios é o ciclo de vida. A partir de informações, como tipo de piso, peso médio de carga, quantidade de viagens, etc. é possível calcular quantas horas de trabalho são necessárias para o equipamento apre-sentar falhas. Com isso a troca passa a ser programada, facilitando a ação da área de compras e evitando riscos de acidentes.
Mas não basta trocar o item danificado, segundo os fabrican-tes consultados pela reportagem de INTRALOGÍSTICA, é fundamental manutenção preventiva e na substi-tuição de peças danificadas para o seu equipamento. Confira.
É hora de trocar?
A dúvida sempre surge em relação às rodas e aos rodízios, principalmente porque estão fora do campo de visão dos operadores, que só percebem al-gum problema quando o equipamento já não sai do lugar. No entanto, alguns sinais podem facilitar esse diagnóstico:
basta que a operação assuma a atividade como uma rotina. Para Cláudio Tadeu, gerente nacional de vendas da Schio-ppa, especializada em rodas e rodízios, é necessário realizar inspeções visuais, identificando se há severo desgaste na
substituir as rodas e os rodízios de forma correta, evitando um desgaste prematuro. “A montagem de rodas e rodízios em uma máquina pode de-terminar a sua duração, uma vez que o contrário pode gerar a deterioração das peças, causando fadiga nas su-perfícies e um desgaste ainda maior”, explica Alex Pereira Katopodis, ge-rente-geral da Transall, fabricante de
equipamentos industriais.
Segundo Estevan Cloato, supervi-sor de engenharia da D’Zainer, forne-cedora de rodas e rodízios, é preciso observar se a base onde o rodízio será fixado está íntegra e se não ocasionará um apoio prejudicial à peça. Se a base não estiver segura, a troca não será aproveitada e o dano tanto ao operador quanto à carga permanecerá. A fixa-ção dos parafusos e a lubrificação dos rodízios também devem ser verificadas antes de o equipamento de movimen-tação entrar em uso. Procure também aplicar testes para notar se há sinergia na movimentação ou se ainda há tre-pidações e ruídos fora do normal.
Como escolher?
“No momento da troca é importan-te saber qual o volume da carga movi-mentada, o tipo de piso, se a tração do equipamento é mecânica ou automáti-ca, a temperatura do ambiente de trabalho (seco ou úmido), o nível de sujeira, entre outros pontos”, argumenta Cláudio, da Schioppa. Segundo ele, essas informações determinam o tipo de roda que deve compor o transpalete, aempilhadeira, entre outros.
Para Alex, da Transall, pisos rústicos exigem rodas de borracha, já que esses modelos absorvem melhor o impacto, facilitando a locomoção do equipamento. Para pisos com acaba-mentos em epóxi o mais recomendado são rodas de poliuretano e nylon, pois deslizam facilmente em bases uniformes e regulares. “Vale ressaltar que esse piso deve estar sempre livre de resíduos, uma vez que a roda trava quando trafega em uma base irregular ou com detritos” completa Alex. Já as rodas de ferro são aconselhadas para ambientes em que os
pisos contêm cascalhos e mantêm a temperatura de aproximadamente 400ºC, ao contrário das rodas de Celeron, mais adequadas para pisos com umidade.
Mas se o mesmo equipamento transita por ambientes diferentes, com pisos e características distintas, como determinar a escolha da roda e do rodízio?
Segundo os fornecedores consultados, a alternativa nesse caso, comum em operações no Brasil, é escolher o local com operação mais severa e determinar o modelo a partir desse perfil. No entanto, Estevan, da D’Zainer, alerta: “com a predominância de pisos mais agressivos opta-se pela peça de banda dura, com isso corre-se o risco de manchar os pisos mais delicados, como os que são instala-dos na área administrativa de fábricas e
armazéns, durante a movimentação”.
Vale a pena também avaliar a qua-lidade do piso. Segundo Cláudio, irregu-laridades da superfície e a presença de obstáculos no trajeto devem ser con-sideradas no processo de escolha, jus-tamente para que as peças suportem a agressividade e os choques do ambiente.
Para facilitar esse processo de escolha e evitar erros, a Schioppa, a Rod-Car e a Novex oferecem em seus sites catálogos que, a partir do tipo de piso, indicam a roda mais adequada para a operação.
É possível reaproveitar? Antes de descartar as rodas e os rodízios, verifique com o fornecedor a possibilidade de reaproveitar as pe-ças. Para rodas de empilhadeira, por exemplo, a Schioppa oferece o servi-ço de revestimento. Normalmente, os fornecedores vão até o local da ope-ração, retiram as peças gastas, refor-mam e entregam, como faz a Novex.
Segundo Gerson Cruz, engenheiro de aplicações da empresa, os serviços de reaproveitamento podem ser aplica-dos em rodas a partir de 8”. Mas vale lembrar que a peça não pode estar trincada ou totalmente danificada; o reaproveitamento serve apenas para rodas gastas e rodízios com o garfo e o cavalete intactos.
Procure também não descartar no meio ambiente as peças antigas. “A parte metálica e as rodas injetadas são 100% recicláveis, enquanto as termo-fixas são reaproveitáveis, podendo ser reutilizado até o núcleo, trocando o rolamento”, explica Éd, da Rod-Car.
Por isso, não deixe a operação parar, coloque-a em movimento e faça a substituição correta.