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20180323pragmatic futurist2Hoje, Shekar Natarajan não apenas prevê o futuro da gestão da cadeia de suprimentos. Ele está ajudando a moldá-lo, encontrando maneiras novas e revolucionárias de aplicar a tecnologia para resolver os desafios.

Se no futuro, um drone está tomando conta do inventario de um armazém, robôs autônomos estão entregando mercadorias nas cozinhas de seus clientes ou estão entregando produtos aos consumidores antes mesmo deles constatarem que precisam deles, você deve estar tirando proveito das inovações concedidas e desenvolvidas por Chandrashekar (Shekar) Natarajan pelas equipes de profissionais de engenharia e cadeia de abastecimento que ele liderou nos últimos 15 anos.

Do redesign de sistemas de movimentação de materiais e adaptação de veículos autônomos para tarefas logísticas a fim de melhorar a logística urbana e repaginar a metodologia de planejamento da cadeia de abastecimento (citando apenas alguns exemplos), Natarajan pode citar diversas conquistas em sua carreira diversificada- e ele não tem ainda 40 anos de idade.

Apoiado no falecido Richard Muther, um engenheiro industrial pioneiro conhecido como “o pai do planejamento sistemático” e parceiro do Instituto IMAM no Brasil, Natarajan tem sido o executor em algumas das empresas mais conhecidas, incluindo a Coca-Cola Bottling Co., Alliance Rubber Co., PepsiCo. E Anheuser Busch. Além dessas ele também atuou em cargos de liderança para a Walt DisneyCo., Walmart Inc. E Target Corp. Seu nome consta em centenas de patentes e ele é autor e coautor de 4 livros na área de planejamento sistemático e design de network. Talvez não seja surpresa alguma, Natarajan foi reconhecido como DC Velocity Rainmaker em 2009, ganhou prêmios com louvor como anfitrião da indústria, incluindo o Premio Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) Suppy Chai Innovation.

Atualmente, Natarajan está focado em encontrar novas formas de aplicar tecnologia para enfrentar os desafios e revolucionar o modo como a cadeia de abastecimento atende os clientes. Ele falou recentemente sobre o futuro da tecnologia da cadeia de abastecimento e sobre como os profissionais podem se preparar suas empresas também para obter sucesso em um mundo que vive em constate mudança.

Pergunta: Você defende o incentivo à “produtividade da mente” nos serviços de cadeia de abastecimento. O que você quer dizer com isso e por que isto é importante?

Resposta: A produtividade do pensamento é algo que você pode realmente mensurar como a habilidade de ter consciência de uma situação e reagir rapidamente. As pessoas muitas vezes lidam com problemas com soluções mundanas se elas não têm uma maneira estruturada de pensar sobre eles. Se você possui maneira estruturada para refletir sobre o problema, isso te leva a considerar tanto o óbvio como o não-óbvio. Isso deveria aumentar a conscientização do cenário, antecipando o que irá acontecer antes que ocorra e antecipando respostas antes do tempo. 
Os negócios hoje em dia evoluem rapidamente. Os principais eixos de mudança incluem tempo, network, network de network, relacionamento com nossos clientes, e o uso de dados em tempo real. E todos eles estão mudando de forma assíncrona. Para tirar proveito dessas mudanças, navegar por eles e lidar com ameaças, a produtividade do nosso pensamento precisa aumentar drasticamente. Nós precisamos incorporar e implementar as ideias das pessoas e nos realinharmos rapidamente.
Uma maneira de fazer isso é pensar em mais de uma solução para um problema. O que era contextualmente correto em certo ponto pode ser totalmente errado passados dois anos. Se você tem cenários “A para B” e “B para A”, você estará melhor preparado para mudanças. Você saberá como reagir porque você já pensou em duas soluções opostas para aquele cenário. Quando você determinar a abordagem correta, você terá opções estratégicas prontas para serem executadas. Dessa maneira, você pode acelerar mudanças organizacionais.
Outra maneira é fazer com que todos os funcionários se enxerguem como um colaborador potencial de serviço personalizado; quando isso acontecer, oportunidades hiperfocais surgem rapidamente. Por exemplo, um funcionário deve entregar um pacote a um cliente em seu cadinho de volta para casa; outro funcionário pode oferecer um serviço de pintura para o cliente que está apreensivo com esse serviço.

Pergunta: Quando você atuou na indústria de bebida, você era instrumental para melhorar os equipamentos para movimentação de produtos e processos. Conte nos uma solução que apresenta impacto significativo até hoje.

Resposta: Na Coca-Cola Bottling Co, nós desenvolvemos um sistema CooLift de entrega de bebida, o qual é hoje um padrão nas indústrias. Os carrinhos e paletes projetados especialmente fazem o trabalho de mover bebidas do caminhão de entrega até a loja muito mais rápido, seguro e mais eficiente. Nós desenvolvemos solução procurando por sistemas de entrega de mercadoria que reduzam o risco de danos e que podem ser facilmente utilizados por qualquer um. Nós analisamos a cadeia de abastecimento inteira como se fosse um sistema, desconstruímos-me e identificamos onde e como poderíamos melhora-la.
Quando eu estava na PepsiCo, o mesmo sistema de abordagem levou a um anfitrião de outras inovações, incluindo entrega geo-based, automação dos processos da produção até venda, construção de pedidos como peças de Lego assim elas podem ser comercializadas em minutos X horas, centralizando e automatizando o encaminhamento e despacho, implementando sistemas de integridade reputacional para gerenciar maus operadores e torres de controle virtual para lidar com o fluxo do pedido em uma base excepcional. Dessa maneira, a cada quatro processos embaraçosos, um consegue um facilita. Como resultado nos conseguíamos lançar diversas marcas de bilhões de dólares e simplificar o trabalho de centenas de áreas associadas. Sou grato aos times que permitiram isso e aos executivos que nos inspiraram a refletir dessa forma.

Pergunta: Seu nome consta em torno de 300 patentes. Quais são algumas das áreas em que você focou?

Resposta: Meu propósito em pedir patentes é para dar suporte e proteger os negócios de meus colaboradores a respeito do futuro da logística e comércio, algumas das áreas de interesse que surgiram nos últimos anos incluem veículos autônomos – no ar, chão, na estrada e em casa, os últimos 100 metros dentro da casa de um cliente e na cozinha; comercio cognitivo, onde a coleta de dados e analise permitem que eu conheça você tão bem que antes mesmo de você precisar de algo, vou leva-lo até você, substituição just-in-time em caso de acordo com valores, afinidades e mantidas na nuvem, as quais evidenciam a necessidade de refazer um pedido ou o inventario in-home; e imagens hiperespectrais, que medem as qualidades internas de um alimento e bloqueiam as correntes para garantir a segurança e o frescor dos alimentos. Alguns outras incluem sistemas de controle de temperatura e Internet of Things (loT) que permitem torres de controle virtual; engajamento dos clientes com realidade virtual e realidade aumentada; shoppings virtuais e monetização de espaço virtual; movendo conversas “duplex digitais” com objetos inanimados que são codificados com informações do ponto de compra para alertar o consumidor no ponto de consumo; produtos serviços e comunicações personalizados de empresa para pessoa; sistemas de medição emotivos e psicológicos que podem adaptar o processo de venda a cada cliente em tempo real; algoritmos que energizavam torres de planejamento virtual; e reconfiguração dinâmica contínua da cadeia de abastecimento para que seja sempre otimizada. Todas elas têm uma implicação sistêmica subjacente para a arquitetura da cadeia de abastecimento e para as respostas dinâmica de network que precisam ser criadas para possibilitá-las.

Pergunta: Como você determina quais tecnologias são importantes e onde aplicá-las?

Resposta: As tarefas que devem ser realizadas no comércio e na logística não mudam fundamentalmente. Os clientes sempre vão querer comprar roupas, e sempre teremos que completar uma transação financeira e fornecer as mercadorias, por exemplo. Mas as tecnologias em evolução podem superar as restrições de recursos, fornecer vantagens de custo de mudança de etapa e nos dar novas oportunidades para encantar o cliente. Então eu vejo as tarefas que precisamos fazer e faço o mapeamento das tecnologias relevantes para criar uma estrutura de oportunidades. Por exemplo, se um pacote de pretzels pode “falar” digitalmente com o cliente e se engajar no processo de cozinhar, de repente o conceito de logística de alimentos e embalagem de marca parece muito diferente. Novais utilidades são desbloqueadas para clientes e empresas de marca. Aqui está outro exemplo: quando os clientes estão escolhendo roupas, eis estão sempre à mercê dos tamanhos e cores que já estão disponíveis. A tecnologia existe para que permita ao cliente escolher o estilo, o tecido, o tamanho, a cor e outras opções para a peça ser encomendada e despachada durante a noite. Então, o cliente poderia ter exatamente o que ele ou ela queria a cada vez, sem o risco de o tamanho ou a cor preferida estarem fora de estoque.

Pergunta: Alguma previsão sobre quais serão as áreas mais “quentes” para a cadeia de abastecimento nos próximos 5 a 10 anos?

Resposta: Sim, acho que as seguintes áreas serão mais importantes:

  • A Internet das Coisas permitirá plena visibilidade da cadeia de abastecimento da fábrica para o cliente.
  • Os blockchains permitirão seguir e rastrear e limitarão a influência de agentes mal-intencionados.
  • Os serviços de logística estarão disponíveis como “Logistics as a Service” (LaaS), onde um terceiro fornece soluções turnkey baseadas em plataforma para processos de ponta a ponta.
  • “Redes Frenemy” incluirão concorrentes em uma oferta de serviços.
  • Todos os trabalhos da cadeia de abastecimento serão alterados devido à digitalização, por meio de aplicativos, análises avançadas e capacidade de computação em nuvem.
  • “Redes de redes” se desenvolverão através do constante realinhamento de redes com novos parceiros para permitir a entrega de valor.
  • Veremos comunicações e comércio altamente personalizados de negócios para indivíduos (B2i).
  • Robôs e veículos autônomos terão um papel cada vez mais significativo.

Pergunta: Por que o conhecimento sobre ciências emergente é crítico para empresas em geral e organizações da cadeia de abastecimento em particular? Quais os papéis dos profissionais da cadeia de abastecimento?

Resposta: Acredito firmemente que uma empresa deve crescer tão rapidamente quanto seu mercado para sobreviver a longo prazo. Como a taxa de mudança nos mercados está subindo continuamente, a inovação e o crescimento devem ser o trabalho de todos, não apenas o de poucos. Deixe-me abordar isso usando um exemplo. Hoje, um líder de transporte é recompensado por garantir as taxas contratuais corretas, gerenciar os fatores de segurança e conformidade e executar tudo no prazo e dentro do orçamento. Em um mundo de veículos autônomos, não há driver para gerenciar, e o trabalho do líder de transporte é garantir e construir os algoritmos certos, gerenciar a integridade dos ativos e garantir boas interações com os clientes. Devido a muitas mudanças, estar à frente é essencial. Minha experiência me fez acreditar firmemente na capacidade da logística de gerar receita e criar novos modelos de negócios. A logística pode gerar intimidade com o cliente, excelência operacional e liderança de produto. Os veículos autônomos, por exemplo, melhorarão a eficiência, mas há inúmeras maneiras pelas quais podem ser uma fonte de receita. Aqueles que transportam passageiros podem ser quiosques móveis, fazendo vendas aos passageiros. E enquanto eles estão transportando passageiros, os carrinhos podem transportar pacotes para entrega.

Os líderes da cadeia de suprimentos precisam estar atentos a essas oportunidades e poder capitalizá-las. Para fazer isso, eles devem pensar como empresários – mais como um gerente geral e menos como um gerente de logística focado em transações

Fonte: http://www.dcvelocity.com/articles/201080323-the-pragmatic-futurist-interview-with-shekar-natarajan/

By gab