A micrologística é, na verdade, um trunfo que as empresas usam para chegar ao maior número de pessoas.
Faz parte do nosso presente e fará com certeza parte do nosso futuro. O seu potencial é enorme e as suas variantes quase infinitas. A possibilidade de ter diversas atividades integradas num sistema logístico permite às organizações atingir níveis de competitividade enormes e, no futuro, a micrologística será usada em grande escala, fará parte do nosso dia-a-dia, cada vez com mais intensidade.
A qualidade dos produtos, um serviço diferenciado e os preços competitivos são fatores-chave para que os players se mantenham na corrida, o que exige uma enorme capacidade de adaptação ao mercado e uma infinita inspiração criativa. A Amazon e Alibaba são exemplos de sucesso desta capacidade de adaptação e criatividade, duas empresas que já nos acompanham há largos anos e se mantêm atuais.
As necessidades parecem ser cada vez mais imediatas, o que impõe às empresas uma grande capacidade de serem flexíveis e de dar respostas igualmente imediatas. Por este motivo, algumas empresas não irão necessitar de ter grandes quantidades de produto em estoque e vão ser capazes de criar sinergias e parcerias que lhes permitem oferecer ao seu cliente um serviço variado e mais completo.
Se, por um lado, compramos mais e de uma forma mais impulsiva, somos também mais exigentes. As empresas, para se manterem atualizadas das tendências do mercado, terão de frequentemente fazer estudos das tendências de consumo e necessidades dos seus públicos-alvo. Importante também referir, no mesmo âmbito, o papel das plataformas eletrónicas na aproximação aos clientes, ajudando a perceber quais os produtos mais vendidos e permitindo constantes renovações e estar um passo à frente. Podemos dar o exemplo da Ásia, que é um mercado emergente e que exporta grandes quantidades.
Todos sabemos que praticam preços muito baixos, comparativamente a empresas concorrentes, e oferecem uma variedade enorme de produtos e soluções ao mercado. Este ano tive oportunidade de testemunhar na SITL, em Paris, exemplos concretos do que será o futuro da logística no seu todo e da micrologística em particular. Destes exemplos destaco o fato de as grandes metrópoles estarem, no futuro, abertas apenas à micrologística. As motos, os carros e outros meios de transporte terão de estar preparados e montados para entregas em multitemperatura, garantindo a sua própria segurança. Será a grande oportunidade de as empresas brilharem e de se diferenciarem, fidelizando dessa forma o cliente. Outro exemplo é o investimento em hubs, uma excelente opção para as empresas e que possibilita que os clientes acompanhem online o percurso da sua encomenda e, em certos casos, a temperatura dos seus produtos com a certeza de que os mesmos chegam ao destino com a qualidade esperada. Resumindo, passamos de grandes volumes, grandes entregas para pouco volume, pequenas entregas, mas com um enorme valor acrescentado.
Apostar no futuro é apostar em si próprio, sem medo do desconhecido, sem receio da mudança, aberto à partilha, às redes, às pessoas.
Olhar o futuro é ter a perceção de que o futuro é o amanhã, é o imediato, é um click.
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