A utilização de equipamentos em centros de distribuição de alto fluxo de materiais garante maior controle de estoque e agilidade na operação
Quando os centros de distribuição têm alto volume de entrada e saída de paletes, a movimentação é constante e o fluxo de materiais elevado, demandam sistemas de intralogística mais eficazes e ágeis. Nesses casos, o ideal é investir em automação, pois implementado equipamentos na operação, consegue-se reduzir o espaço necessário para armazenagem e elevar a acurácia e a produtividade. “A automação é indispensável no controle logístico, aumentando a eficiência do CD”, conta Sandro Gregorius, gerente comercial da Efacec.
Equipamentos eliminam o esforço físico e ainda oferecem maior segurança. Mas nem todas as operações necessitam de um armazém automatizado. Deve-se sempre analisar a relação custo-benefício antes de investir em um sistema automático. Para a Cassioli, há restrições, como cargas com dimensões não padronizadas e baixo giro de estoque. O armazém também precisa ter o pé-direito alto (mais de 20 m no caso de transelevadores) para receber as estruturas. O custo pode gerar dúvidas na hora de automatizar, portanto é preciso definir a real necessidade da empresa e aplicar uma solução que, de fato, melhorará o fluxo de materiais.
De acordo com Gustavo Salmaso, do marketing da Dematic, não se pode comparar uma situação manual com uma automatizada só pelo custo inicial. “A aplicação de automação, de fato, realiza impactos significativos na gestão, mas sem dúvida agrega valores ao negócio”, completa. A Stöcklin se baseia em três aspectos para que a automação traga benefícios: eliminar o desnecessário e simplificar o que é importante; observar a ergonomia e segurança e prever reservas táticas.
Carrosséis
Outro sistema automático que possibilita os materiais virem até os separadores são os carrosséis que podem ser veticais, horizontais ou com a concepção dos “verticais shuttle”. Oferecem controle ótimo sobre o estoque, sendo ideal para produtos com alto valor agregado. “Os carrosséis também são muito utilizados no almoxarifado, tanto para produtos acabados como para itens e peças no processo produtivo”, explica Gláucio Ferreira, do setor de vendas da DH Systems.
O equipamento é formado por uma estrutura de metal e possui bandejas internas fabricadas de acordo com o peso e as dimensões do material a armazenar. Além disso, tem uma corrente que faz a movimentação da bandeja para cima e para baixo, um motor e um inversor. Os carrosséis garantem maior segurança para os produtos armazenados e são mais ágeis na hora de separar um pedido.
A System Brasil tem um sistema parecido, mas mais flexível. O “Modula”, como é chamado, possibilita armazenar materiais de tamanhos diferentes, pois as bandejas têm configurações de altura variáveis, ao contrário do carrossel, onde são sempre fixas. “A velocidade de movimentação também é maior, já que o Modula move a bandeja desejada, enquanto o carrossel comum move todas as bandejas até encontrar o material pedido”, esclarece Ruben Mesas, diretor da empresa.
Veículos automatizados
Mais conhecidos como AGVs (“automated guided vehicle”, veículos automaticamente guiados), esses equipamentos permitem movimentar cargas sem o auxílio de um operador. Eles recebem um comando e se movimentam sozinhos por rotas predefinidas, levando a carga de um ponto a outro.
Podem ser guiados por uma série de tecnologias (ver na página 56 desta edição) de acordo com as características da opareção e infraestrutura.
Os AGVs percorrem um caminho de acordo com coordenadas específicas. Inãki Arriolam, gerente-geral da Ulma, explica que não há dois sistemas iguais. “Para montar um sistema é preciso levar em conta aspectos como exigências de fluxo (pedidos, linhas, unidades), giro dos produtos, limitações físicas e ambientais”, completa.
Os LGVs (“laser guided vehicles”, veículos guiados a laser) são outra alternativa para movimentação automatizada. Segundo a SEE Sistemas, pequenas superfícies são colocadas em estruturas já existentes, que são lidas pela máquina ao refletir a luz do laser, determinando sua trajetória. O equipamento lê a até uma distância de 70 metros, e a atualização da posição ocorre oito vezes por segundo. Além dos carrinhos, há também um computador que recebe informações sobre a posição de LGV vazio e se comunica com ele através de wireless, encaminhando-o para a área onde é requisitado.
Entre as vantagens do AGV, a Sinova destaca maior segurança, diminuição de danos à carga e às estruturas, agilidade, possibilidade de trabalhar em três turnos, além de flexibilidade. “O AGV aumenta a flexibilidade na instalação, nas operações e quando há necessidade de adaptações ou alterações de rota”, comenta Marcel Salzmann, diretor-geral da empresa.
Estocagem automática
Nesse tipo de armazém já mencionado, que podem atingir mais de 50 metros, as estruturas de estocagem costumam ser bem maiores e mais elevadas. Mas para ter estruturas desse tamanho, é preciso um sistema que facilite retirar e colocar paletes de forma organizada e eficiente. É por isso que muitas empresas recorrem ao sistema AS/SR (“automated storage / retrieval system”, sistema de estocagem / recuperação automática). Esse sistema consiste em uma combinação de diversos equipamentos que movimentam, estocam e coletam materiais e registram as informações automaticamente. Segundo Breno Buch, supervisor comercial da Mecalux, o que se faz é considerar a melhor aplicação de cada um desses sistemas e integrá-los para obter os resultados desejados pela empresa.
O principal equipamento utilizado nesse caso é o transelevador, para ele vação de cargas. “A função principal de um transelevador é promover, de forma eficiente, a integração entre a separação de pedidos e o envio de itens aos locais de expedição”, explica Inãki, da Ulma. O transelevador substitui o trabalho de uma empilhadeira, portanto, utiliz melhor o espaço de corredores, aumentando assim a capacidade de estocagem de um armazém. “O transelevador também é gerenciado por um WMS (“warehouse management system”, sistema de gerenciamento do armazém).
Robôs
Existe ainda um outro equipamento que também agiliza a operação e tem nível de erro praticamente zero: o robô de manipulação e transferência. Controlado eletronicamente, é muito utilizado em operações fatigantes ou em que há algum risco à saúde. “Também são aplicados em operações que demandem volume e repetição no manuseio de inúmeros SKUs, alto giro e melhor montagem dos pacotes de pedidos”, explica Gustavo, da Dematic.
Existem soluções para manuseio de cargas desde poucas gramas até toneladas com tantas opções, só mesmo através de um dedicado planejamento é possível definir quais equipamentos e qual a melhor maneira para automatizar uma operação de estocagem. A automação aumentará o controle sobre os produtos. “A otimização dos espaços para estocagem de produtos e a precisão na operação são o resultado de uma gestão eficiente dos sistemas de armazenagem automáticos e da rentabilidade que têm esses equipamentos na economia da empresa moderna”, conclui Breno, da Mecalux.