Inovar tem sempre custos acrescidos, e nem sempre podemos acertar rapidamente neste processo, envolve fazer testes, e depois de termos um produto pronto a lançar já não conseguimos ter o auxílio do departamento responsável pela redução de custos necessária para esse processo de criação, o departamento de compras. O processo de desenvolvimento de um novo produto tem de ser acompanhado pela estratégia de compra, de modo a conseguirem as matérias-primas de menor custo, ou mesmo alternativas aos produtos utilizados.
Emma Freiha, Senior Sourcing Manager da Lego, defende que “a função básica do procurement é difícil de meter em prática porque já perdemos a oportunidade”, pois neste momento de lançamento os clientes já se encontram prontos para receber os produtos, o marketing já foi feito e assinados os contratos com os fornecedores, pelo que é difícil o sector das compras fazer as suas funções básicas: negociar e economizar.
Como oradora da eWorld Procurement and Supply Conference, Emma defende que o papel do procurement tem de estar na génese de toda a operação de planificação e criação, para encontrar diversas formas de poupar e alternativas aos materiais utilizados. Até 2030 a LEGO pretende deixar completamente o plástico convencional e dedicar-se a alternativas sustentáveis, tendo já sido lançado o seu primeiro produto bioplástico à base de plantas.
Freiha conta que até à data o procurement não tinha tido um grande papel na inovação da empresa, e que a Lego procurara uma alternativa mais sustentável por não produzir resina, ao que a responsável chama de “inovação aberta”. “Não se está apenas a focar no que a empresa pode oferecer, ou no que a equipa pode oferecer, mas sim à procura no mercado”, conta, diferenciando este processo de inovação aberta de outsourcing, porque este último necessita que requisitos específicos sejam dados aos fornecedores, e a inovação começa pelo rascunho, com apenas algumas orientações a limitar.