A entrevista com Yuri Feres, gerente de sustentabilidade do Walmart, foi bem interessante, mas nem tudo coube na revista.
Por isso, o blog está aqui. Para ajudar a gente a completar as informações da série e deixar você o mais informado possível.
Uma das coisas mais bacanas que pincelei da conversa com ele, foi os produtos que passaram por reformulação e se tornaram mais sustentáveis. São itens de gigantes, como Coca Cola, Johnson&Johnson, 3M, Pepsico, Cargill, entre outras.
Nessa primeira fase do projeto (que faz parte da sustentabilidade de ponta a ponta – em breve farei um post só sobre isso), a varejista reuniu industrias de bebida, alimento, limpeza, higiene e beleza que mensalmente se encontravam para mapear todas as possibilidades de reduzir o impacto de seus produtos no meio ambiente e na sociedade (isso inclui a logística também).
Essas empresas mergulharam nos detalhes e tornaram o desafio uma oportunidade de aprender a melhor produzir, armazenar, acondicionar e transportar esses “novos” produtos. Selecionei dois bem interessantes para nós que vivemos no mundo da logística: o Band-Aid, da Johnson&Johnson, e o Matte Leão, da Coca-Cola.
Mas antes de entrar nos detalhes de cada produto, vale lembrar que o projeto contou com a parceria do Cetea (Centro de Tecnologia de Embalagem), que ajudou o pessoal a encontrar soluções alternativas tanto para as embalagens finais quanto para as embalagens de transporte e estocagem.
18% menor
Band-Aid: a empresa colocou desde o pessoal de logística até o de marketing para queimar os neurônicos e conseguir diminuir o volume da embalagem em 18%. Isso significou uma redução de 11,6 mil quilômetros em transporte de contêineres no Brasil e na América Latina. Uau! Também deixou de consumir 1,8 milhão de caixas de papelão para o transporte do produto, utilizando 40% de matéria prima reciclada para a fabricação da caixa.
90% menos tinta
Matte Leão Orgânico: a Coca-Cola resolveu encarar de frente o projeto do Walmart e desenvolver um Matte Leão orgânico, totalmente produzindo na nova fábrica “verde” da empresa.
Resultado: a embalagem possui 90% menos tinta, porque a pigmentação dificulta a decomposição e agride o solo (adeus ao tradicional laranjão da marca), enquanto que o transporte da matéria-prima do chá usou 10% de biocombustível (menos CO2 na atmosfera) e incluiu apenas embalagem de transporte fabricada com material certificado pelo FSC (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal).
Quem quiser se inteirar mais sobre o projeto, pode ver este vídeo que o programa Cidades e Soluções, da Globo News, colocou no ar. Também tem a revista do projeto que o Walmart disponibilizou na internet. Vale à pena.
*Mauricio Miranda