Depois de muito trabalhar, aprender e conhecer o interior de várias Empresas, multinacionais, familiares, pequenas, médias e grandes, cada vez mais me convenço de que a única saída é a gestão.
Mas não qualquer gestão, pois existem muitos tipos de gestão sendo praticadas. Mas um modelo que independa de pessoas ou de personificação da gestão. Por exemplo um modelo que dependa de um Diretor ou Presidente dizer a todo instante o que devemos fazer.
Gestão do que é realmente importante para uma organização prosperar, se perpetuar e sobreviver neste ambiente cheio de incertezas e armadilhas que tentam nos afastar das nossas reais prioridades. Só acredito no modelo de gestão que envolva todas as lideranças, estratégicas, táticas e operacionais, que meça resultados em todos estes níveis e tenha responsáveis capazes de pensar e agir. Ou seja, um modelo de gestão que consiga envolver todos os líderes da organização, líderes com e sem cargos de liderança e alinhar seus esforços na busca contínua e incessante da competitividade.
Mas o que significa competitividade? É a capacidade de competirmos e sobrevivermos hoje e amanhã e nos tornarmos cada vez mais fortes e lucrativos. E isso só será possível se um grande número de pessoas, ou seja, a maioria dos colaboradores remarem para o mesmo lado. Percebo que em muitas organizações o principal objetivo das pessoas é proteger-se, criando barreiras, armadilhas e estratégias para “gerar fumaça”. Mostrar trabalho, falar bonito nas reuniões e depois agir isoladamente e desconectados, mirando seus próprios interesses, desenvolvendo um trabalho que não agrega valor, não contribui para o negócio e é totalmente desalinhado com a competitividade.
Então voltamos ao ponto de partida: Só a gestão salva. Os Presidentes e Diretores não tem tempo para cuidar de tudo e estarem onipresentes nas principais decisões principalmente operacionais. O que lhes resta depois é reclamar de um ou outro colaborador que decidiu errado ou não estava focado no que realmente interessa.
Esta gestão competitiva parte do princípio de que todos sabem claramente o que é realmente importante para o negócio, ou seja, seus objetivos estão claramente formalizados, sendo medidos em todos os níveis e a partir deles, serão desdobradas todas as ações, kaizens e projetos necessários ao atingimento dos mesmos.
Do Presidente ao Porteiro da Empresa todos deverão desenvolver a habilidade de gerenciarem suas atividades, planejando, executando, controlando e tomando ações corretivas e preventivas. Uma vez perguntaram à responsável por servir o café na NASA qual era a sua função e ela respondeu “ajudar o homem a viajar no espaço”. Se isso é verdade ou não eu não sei, porém, representa exatamente o que estou tentando passar a vocês. Todos precisam de uma missão nobre e inspiradora que sirva de orgulho e motivação para executar todas as atividades em uma organização. E essa missão deve estar conectada aos tais objetivos estratégicos. Por exemplo: por que tenho que executar um setup mais rápido, perguntaria o operador da máquina? Por que tenho que controlar este indicador se ninguém me explica o motivo? Seria muito melhor se ele soubesse que o setup mais rápido o ajudará a atender mais rápido seus clientes e reduzir os custos, pois é isso que interessa a sua organização. Pronto, encontramos um propósito muito mais interessante para o setup rápido que o encorajara a melhorá-lo continuamente.
Então conseguiremos conectar todas as atividades dos gembas industriais, logísticos, de serviço, do escritório aos nossos verdadeiros objetivos. Aos que realmente importam sem barreiras de comunicação. Diretamente. As pessoas só se comprometem com o que se envolvem, e só se envolvem com o que estão conscientizados.
Lembre-se da principal perda de qualquer negócio: Não utilizar o que o ser humano tem de melhor, ou seja, a sua capacidade de pensar e agir de acordo com as suas próprias convicções, não de acordo com as convicções de terceiros, mal explicadas e comunicadas. A verdadeira gestão competitiva requer colaboradores comprometidos, motivados e conectados com o que realmente importa para o seu negócio. Com foco no que é realmente importante. O resto é “cortina de fumaça” e perda de tempo e dinheiro.
Sidney Rago é consultor da IMAM Consultoria.