victor hugo moreira ceo da trackage2

victor hugo moreira ceo da trackage2A mineira Trackage quer começar uma nova etapa em 2019. Segundo seu fundador e CEO Victor Hugo Moreira, 34 anos, a startup de Uberaba deve atingir o equilíbrio financeiro até o final de 2018 e iniciar o próximo ano no lucro.

Conhecida inicialmente pela oferta de um sistema para rastreamento de bagagens, a empresa mudou o foco no início de 2017, dedicando-se ao segmento de logística e cadeia de suprimentos.

Suas soluções de monitoramento em tempo real de ativos, cargas, veículos e pessoas já estão em uso em diversas empresas, como Latam Airlines, Mercedes Benz, Whirlpool, 3M e Porto Seguro. “Temos apenas dois anos e meio de tempo de faturamento. Nossa expectativa é que possamos duplicar nossa receita no próximo ano”, diz o fundador.

Em quase cinco anos de história, a Trackage recebeu R$ 1 milhão de investimentos. Em 2019, deve buscar investimentos Série A para alavancar seu crescimento e a internacionalização. A meta é captar entre R$ 3,5 milhões e R$ 5 milhões.

Segundo Moreira, a empresa já vem negociando com alguns fundos, mas a evolução dependerá de como encerrará 2018. “Temos muitos projetos em avaliação e aprovação. Se todos se concretizarem será lindo, mas preferimos não criar expectativas”, diz.

De malas a cargas e ativos
A trajetória da Trackage começou em 2014, quando Moreira ainda dividia seu tempo entre o novo negócio e seu trabalho de consultoria e ensino na área de inovação. Ele enxergou a oportunidade para uma solução dedicada a solucionar o problema de extravio de malas e desenvolveu um sistema que incluía um dispositivo com GPRS – uma tecnologia semelhante ao GPS, mas que usa ondas de rádio para rastrear objetos – que ia dentro da bagagem, e um aplicativo de celular que permitia ao viajante monitorar o deslocamento dos seus pertences antes e depois do voo.

Com esse projeto, a Trackage foi selecionada em 2016 para o programa da Oxigênio, aceleradora da Porto Seguro. Quando a empresa estava trabalhando oportunidades no mercado de turismo e negociava com algumas companhias aéreas, no início de 2017, a Latam solicitou um projeto para o monitoramento dos tratores rebocadores em aeroportos.

No ano passado, a Trackage também participou do programa de aceleração da Liga AutoTech, da Liga Ventures, onde vislumbrou com maior clareza o potencial do mercado de logística e sua capacidade de atender as demandas desse setor.

“Começamos então a participar de diversos programas de open innovation de grandes organizações e a resolver os desafios que eram propostos”, conta Moreira. A partir daí, a Trackage direcionou sua rota para o mercado corporativo. Atualmente, atua 100% no segmento B2B. Em abril passado, a empresa foi premiada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) como a startup que tem maior sinergia com a indústria.

Em suas soluções, a Trackage emprega hoje tanto o dispositivo proprietário como outras tecnologias de mapeamento, como RFID, beacon e LoRa. Além de GPS, esses dispositivos são dotados de sensores de impacto, temperatura e velocidade e fazem o rastreamento e a coleta de dados para a gestão.

São usados em monitoramento de serviços prestados em terra em aeroportos, empilhadeiras, ativos, produtos, bens de produção, cargas e processos. O sistema também monitora pessoas em projetos de segurança do trabalho e gestão operacional. A empresa oferece a seus clientes dashboards em plataforma web e aplicativos para smartphones e faz a integração com sistemas ERP.

“Usamos informações de rastreabilidade para gerar um conhecimento estratégico, fazendo com que as empresas consigam reduzir custos e prejuízos e aumentar a lucratividade”, diz Moreira.

Segundo ele, o trabalho envolve a cadeia completa da internet das coisas. “Cumprimos toda a camada, desde o hardware, o protocolo de comunicação e os gateways até os algoritmos que interpretam os dados e que os transformam nesse conhecimento estratégico. No final, entregamos tudo isso como grande valor aos nossos clientes.”

Com os novos investimentos, a Trackage quer aumentar a participação em serviços de ground handling, que é o monitoramento de ativos em solo em aeroportos, replicar as soluções de otimização de processos em outras grandes empresas e chegar às unidades que seus clientes atuais mantêm em outros países.

By gab