A Monsanto, empresa multinacional de agricultura e biotecnologia, líder mundial na produção de herbicidas e sementes, decidiu há três anos iniciar um processo de transformação logística, com foco no desenvolvimento de três pilares: processos, pessoas e sistemas.
Com esta reformulação, a área de logística passou a participar do planejamento estratégico e das tomadas de decisões. Foi nesta época que a companhia revisitou suas operações, identificou gargalos, estabeleceu um plano de ação e promoveu alterações nos processos logísticos, envolvendo a movimentação de sementes e produtos químicos.
Em relação a sistemas, a implementação do TMS (Transportation Management System) representou uma grande inovação para otimizar os processos ao longo da cadeia, pois a ferramenta possui módulos de compra, planejamento, execução, pagamento e inteligência, que permite direcionar as estratégias operacionais com o menor custo e níveis de serviço. “O Brasil foi o primeiro país a utilizar o TMS dentro da Monsanto, nossa meta é reforçar a integração entre toda a cadeia, dar visibilidade e fomentar a automação dos processos para melhorar ainda mais os níveis de serviço”, comenta Johnny Ivanyi, gerente de Logística da Monsanto.
Para promover as mudanças com sucesso na operação dos insumos químicos entre as plantas de Camaçari (BA) e São José dos Campos (SP), a Monsanto encontrou na Aliança Navegação e Logística, líder em cabotagem no Brasil, um parceiro estratégico de negócios. Juntas, as empresas desenvolveram uma solução logística baseada na multimodalidade colaborativa. O projeto teve foco no desenvolvimento de um modelo logístico “porta a porta” para a gestão da movimentação dos cerca de 4.500 containers anuais, por meio da união dos fornecedores Aliança Navegação e Logística, MRS, terminal de contêineres Cragea e transportadora Salvador Logística. Em conjunto, as quatro empresas fazem a coordenação da operação de maneira otimizada, com mais qualidade, redução de custos e de impacto ambiental. A gestão da operação é realizada pela Aliança, que disponibilizou uma escala semanal para que o navio atraque nos portos de Salvador (BA) e Santos (SP).
Neste projeto de parceria multimodal, a Salvador Logística ficou responsável pelo transporte rodoviário na origem – entre Camaçari e o Porto de Salvador – e no destino, que inclui o trecho de São José dos Campos à fabrica do cliente e também do porto de Santos à fábrica (transporte esporádico). A MRS Logística realiza o transporte ferroviário entre o porto de Santos e o terminal ferroviário em São José dos Campos. Já o terminal Cragea representa o pulmão de contêineres na cidade do interior de São Paulo para atender os agendamentos de entregas na Monsanto. A armazenagem está dividida em dois locais: parte fica no Cragea (SJC) e parte na Salvador Logística (Guararema), como contingência em caso de não operacionalidade do primeiro terminal. Embora o projeto envolva quatro empresas de gr ande estrutura, a realocação de recursos foi pequena, já que a Aliança operava na ferrovia entre o porto de Santos e o terminal ferroviário em São José dos Campos, alterando de duas para três programações semanais.
“A inclusão do modal ferroviário no fluxo das cargas vindas de Camaçari e desembarcadas no Porto de Santos, com destino à planta de São José dos Campos, representou uma quebra de paradigma e um grande avanço em relação ao modelo logístico anterior”, enfatiza Marina Mamberti, supervisora de Logística da Monsanto. O transporte no trecho entre Santos e a cidade do interior paulista, antes realizado somente por rodovia, passou a ser feito majoritariamente pelo modal ferroviário.
Recentemente, a Aliança Navegação e a Monsanto do Brasil receberam o XV Prêmio ABRALOG na categoria Multimodalidade em Logística com esse projeto, sob o título de “Multimodalidade colaborativa como solução logística”. Para Jaime Batista, gerente nacional de vendas da Aliança, o projeto mostra a possibilidade de desenvolver uma logística porta a porta bem-sucedida com o uso da multimodalidade, para uma demanda bastante complexa e delicada. “Conseguimos atender a normas rígidas de segurança exigidas pela Monsanto, além de propiciar redução de custo logístico, menor impacto ambiental em toda cadeia logística, valorizando a sustentabilidade”, destaca o executivo.
Fonte: Ascom Aliança